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Neurite vestibular: entenda a causa de internação de Dilma Rousseff

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© MDA/Divulgação

Uma doença que não oferece risco à vida, mas causa extremo desconforto. Assim é a neurite vestibular, também conhecida como inflamação do nervo do labirinto. Essa condição causou a internação da ex-presidenta do Brasil e atual presidente do Banco dos Brics, Dilma Rousseff, em um hospital de Xangai, na China, onde atualmente reside.

Agência Brasil Agência Brasil

O labirinto é uma pequena, mas importante, estrutura localizada dentro dos ouvidos humanos, como explica Lisandra Megumi, otoneurologista do Instituto Paranaense de Otorrinolaringologia. “Hoje, chamamos o labirinto de sexto sentido porque ele atua como um sensor de movimento, percebendo a aceleração da cabeça. Ele compõe, junto da visão e do tato, um sistema maior: o equilíbrio”, destacou.

Segundo Lisandra, cada pessoa possui um labirinto direito e um esquerdo, e cada um tem dois nervos. “Qualquer um desses pode inflamar e perder sua função”, acrescenta.

O otoneurologista Márcio Salmito ressalta que, em casos de neurite vestibular, cuidados emergenciais são normalmente necessários devido à intensa incapacidade temporária provocada pelos sintomas. “De forma súbita, o paciente pode experimentar crises de vertigem intensas, sentindo como se tudo estivesse girando violentamente. Esses episódios também costumam vir acompanhados por sensação de mal-estar extremo”, relata Salmito.

De acordo com o especialista, o diagnóstico da condição é baseado principalmente em sintomas, já que a inflamação, em muitos casos, não é detectada por exames de ressonância magnética. Durante a vertigem, é comum que haja aceleração dos batimentos cardíacos, suor frio, vômitos frequentes e palidez, o que pode ocasionar desidratação.

A inflamação do nervo vestibular costuma ter origem viral, podendo estar associada até mesmo a agentes como influenza ou covid-19. O tratamento, em geral, consiste no uso de anti-inflamatórios à base de corticosteroides para controle dos sintomas.

Apesar de não apresentar riscos letais, a doença pode deixar sequelas. “O labirinto pode retornar à normalidade; ou, mais frequentemente, ele não volta a funcionar completamente, mas o sistema vestibular compensa, eliminando os sintomas. Contudo, em alguns casos, o paciente pode desenvolver tontura crônica”, explica Salmito.

O otoneurologista também alerta que, em pacientes mais velhos, como Dilma Rousseff (77 anos), o mecanismo de compensação vestibular pode ser menos eficaz devido à idade, aumentando o risco de sequelas permanentes.

Para casos em que há dificuldade na recuperação, intervenções como reabilitação vestibular e uso de medicamentos específicos podem auxiliar. Lisandra Megumi salienta que sintomas como tontura ou vertigem devem sempre ser investigados, já que podem ser sinais de outras condições graves, como AVC ou crises de migrânea vestibular.

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