A Polícia Civil concluiu as investigações sobre o acidente na BR-116, ocorrido em Teófilo Otoni, Minas Gerais, em dezembro de 2024, que resultou na morte de 39 passageiros de um ônibus. O inquérito indicou que tanto o motorista do caminhão quanto a empresa de transportes foram indiciados pelos crimes de trânsito, homicídio doloso, lesão corporal e falsidade ideológica. O caso agora segue para o Ministério Público.
O que levaram às acusações
Com auxílio de tecnologia avançada, como o Laser Scanner 3D, a perícia simulou e determinou a dinâmica do acidente. A investigação revelou que a carga transportada pelo caminhão pesava 77% acima do limite permitido e que alterações mecânicas na suspensão do semirreboque contribuíram para o impacto.
Além disso, o motorista foi acusado de uso de substâncias proibidas, excesso de velocidade e não cumprimento das normas sobre tempo de descanso. No momento do acidente, ele dirigia a 97 km/h, embora a velocidade máxima segura fosse de 62 km/h para o veículo, que pesava 103 toneladas. Após a colisão, o motorista ainda fugiu do local, sem prestar socorro às vítimas.
Responsabilidades da empresa de transportes
A empresa de transportes também foi responsabilizada por falsidade ideológica, ao registrar informações fraudulentas nas notas fiscais e documentos de transporte da carga, visando evitar fiscalizações nas rodovias. O delegado-geral Amaury Tenório de Albuquerque justificou o indiciamento tanto do motorista quanto da empresa devido às irregularidades evidenciadas no laudo pericial.
Vítimas identificadas
As vítimas do acidente tinham idades entre 1 ano e dois meses até 64 anos, sendo, em sua maioria, provenientes da Bahia e São Paulo. Os corpos foram identificados por meio de papiloscopia, odontologia legal e exames de DNA. O acidente envolveu ainda outro carro, além do ônibus e do caminhão, quando o pneu do coletivo estourou no trecho.
O caso reforça a importância de medidas rigorosas de segurança no transporte de cargas, bem como a fiscalização efetiva para prevenir tragédias como essa.