Governo do Japão concorda com revisão orçamentária após pressão da oposição

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    Sede do Banco do Japão em Tóquio • Toru Hanai/Reuters

    Governo do Japão revisa orçamento em rara ação de coalizão com partidos de oposição

    Em um movimento raro no cenário político japonês, o governo do primeiro-ministro Shigeru Ishiba acordou com partidos de oposição em rever o orçamento anual de US$ 770 bilhões. A Câmara Baixa do Parlamento deverá aprovar a revisão, que proporciona alívio ao mercado de títulos, impactado pelo recente aumento nos rendimentos dos títulos do governo japonês (JGB).

    Ishiba afirmou à imprensa que a decisão foi fruto de discussões significativas e alinhamentos sobre políticas entre os partidos. O Partido de Inovação do Japão (JIP), partido de oposição, aceitou se juntar à coalizão ao ter suas demandas prioritárias atendidas, como o aumento de subsídios domésticos voltados à educação gratuita.

    Impactos e contexto político

    Essa revisão marca a primeira vez, desde 1996, que o governo japonês altera sua alocação orçamentária inicial como resultado de uma negociação bipartidária. Após perdas significativas nas eleições de outubro, a influência política do Partido Liberal Democrático (PLD) e de seu parceiro Komeito foi reduzida, gerando maior necessidade de colaboração para garantir a aprovação de medidas importantes.

    Embora o orçamento inicial de 115,5 trilhões de ienes (US$ 772,11 bilhões) seja um valor recorde, a revisão planejada pela coalizão deve custar cerca de 100 bilhões de ienes (US$ 668 milhões). Essa cifra será destinada a subsídios educacionais ampliados, enquanto os ajustes evitam alterações significativas na emissão planejada de novos títulos.

    Futuras negociações e tendências

    A coalizão governista ainda negocia com outra oposição, o Partido Democrático do Povo, que sugere a ampliação do limite de renda isenta de impostos. Analistas acreditam que as pressões por maior expansão fiscal devem se intensificar antes das eleições para a Câmara Alta em julho, com novos planos de gastos sendo elaborados para atrair eleitores.

    Vale lembrar que o Japão carrega uma dívida pública equivalente a mais de 200% do seu PIB, posicionando-se como a pior relação dívida/PIB do mundo industrializado.

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