No Diário Oficial da União desta terça-feira, foi publicada a exoneração de dois servidores da Agência Nacional de Mineração (ANM) em Minas Gerais. As demissões ocorreram quatro dias após a operação Parcours da Polícia Federal que investigou um esquema bilionário que envolvia funcionários da mineradora Empabra e servidores da ANM no estado.
De acordo com O Tempo, a operação ocorreu na última sexta-feira e resultou no afastamento de Leandro Cesar Ferreira de Carvalho, Gerente Regional da ANM, e Claudinei Oliveira Cruz, Superintendente Substituto de Segurança de Barragens de Mineração. As posições serão ocupadas por Luciana Cabral Danese e Gisele Duque Bernardes de Sousa, respectivamente.
Segundo a ANM, que se manifestou por nota, há um compromisso da agência em colaborar com as autoridades e cumprir as determinações judiciais, preservando a transparência e integridade na gestão dos recursos minerais.
Esquema de mineração irregular
O esquema ilegal foi conduzido na mina Corumi da Empresa de Mineração Pau Branco Ltda. (Empabra), que nos últimos anos esteve sob diversas fiscalizações. Conforme reportado pela Controladoria Geral da União (CGU), a operação visou combater irregularidades na gestão de títulos minerários e atividades fiscalizadas pela ANM, além de supervisionar o impacto ambiental da mineração.
A polícia tentou bloquear ativos de R$ 832 milhões, valor estimado do prejuízo causado pela prática irregular. Desde 2014, a associação criminosa teria causado significativos danos ambientais e financeiros por extração de minério na serra do Curral.
Durante a ação, Leandro Cesar Ferreira de Carvalho foi preso por porte ilegal de arma, mas foi liberado após pagar uma fiança de R$ 4.527, segundo informações do Fórum Lafayette.
Investigações ainda apontam que a Empabra continuou a operar em áreas protegidas e não pagou aproximadamente R$ 11,4 milhões em Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM) entre 2012 e 2019, conforme investigações pela CGU.