No dia que marcou os três anos da invasão russa na Ucrânia, os líderes da China, Xi Jinping, e da Rússia, Vladimir Putin, reafirmaram durante uma ligação telefônica a parceria estratégica ‘sem limites’ entre os dois países. A conversa ocorreu enquanto os Estados Unidos buscavam pressionar por um rápido acordo para a pacificação da região. Xi enfatizou que as relações entre a China e a Rússia possuem uma ‘dinâmica interna’ única e de longo prazo, que não é influenciada por terceiros. Pequim, que se recusa a condenar Moscou pelo conflito, continua a reforçar sua aliança com a Rússia, causando tensões com o Ocidente.
Parceria China-Rússia mantém força
A ligação telefônica teve como objetivo fortalecer a posição estratégica entre os dois países, sinalizando ao Ocidente que a cooperação se mantém sólida mesmo diante das críticas e pressões externas. Segundo Xi Jinping, a parceria sino-russa tem um “valor estratégico único” e reflete “estratégias de desenvolvimento de longo prazo”, independentemente de interferências externas.
Embora a relação próxima entre Xi e Putin esteja longe de ser novidade, o contexto geopolítico adiciona camadas de complexidade: os Estados Unidos, representados pelo ex-presidente Donald Trump, vêm demonstrando interesse em dividir a aliança ao propor negociações para encerrar o conflito na Ucrânia. No entanto, a conversa entre Xi e Putin visava dissipar qualquer expectativa de enfraquecimento desses laços.
Contexto histórico da aliança
Os laços entre China e Rússia ganharam maior intensidade em 2022, dias antes de Moscou iniciar a invasão da Ucrânia. Na ocasião, ambos os países anunciaram sua parceria estratégica “sem limites”. Desde então, Xi e Putin realizaram mais de 40 encontros em uma década, com Pequim apoiando Moscou mesmo sob críticas internacionais. Em recente declaração, Putin descreveu a China como uma “aliada” e reforçou o apoio à posição chinesa em relação a Taiwan.
Essa aliança, entretanto, provocou rupturas nas relações da China com nações ocidentais, incluindo os Estados Unidos e países europeus, que enxergam com preocupação a ausência de condenação de Pequim às ações militares russas.
Impacto global e desafios
O fortalecimento da parceria entre China e Rússia lança novos desafios ao equilíbrio global. A reafirmação dessa aliança estratégica oferece um contraponto direto à influência dos Estados Unidos e de seus aliados. A guerra na Ucrânia continua sendo um ponto de tensão; enquanto líderes ocidentais buscam pressionar Moscou, a postura de Pequim não apenas sustenta o Kremlin, mas também desafia a ordem estabelecida no cenário diplomático e econômico global.