O Conselho de Segurança da ONU adotou uma resolução elaborada pelos Estados Unidos na última segunda-feira (24), que pede a paz na guerra entre Rússia e Ucrânia, sem atribuir culpa pelo conflito. A decisão chamou a atenção pela mudança no posicionamento dos EUA, que anteriormente apoiavam resoluções mais severas contra a Rússia.
A nova abordagem, considerada mais neutra, foi elogiada pelo Kremlin. O porta-voz russo, Dmitry Peskov, afirmou que o governo americano demonstra agora um “desejo real de contribuir para um acordo”. No entanto, Peskov destacou que os países europeus ainda não chegaram a uma posição uniforme sobre o conflito, mas sugeriu que, a partir de negociações entre europeus e americanos, pode ocorrer uma maior convergência.
Assembleia Geral destaca divisões entre blocos
Na mesma data, a Assembleia Geral da ONU rejeitou uma resolução que exigia a retirada russa do território ucraniano, medida que contou com a oposição dos EUA. Em contrapartida, no Conselho de Segurança, a proposta americana para a paz foi aprovada. A votação expôs divisões internas entre os aliados ocidentais, como Grã-Bretanha e França, que se abstiveram de apoiar a resolução proposta pelos EUA.
A resolução foi adotada no mesmo dia em que o conflito entre Ucrânia e Rússia completou três anos. Desde o início da guerra, milhões de pessoas foram deslocadas e a crise continua a gerar impactos políticos e humanitários globais.
Postura dos EUA reflete mudança no governo
Analistas veem a adoção de uma postura mais equilibrada pelos EUA como reflexo da administração atual em Washington. O governo busca evitar maiores conflitos com outras potências, enquanto tenta preservar parcerias estratégicas com a Europa. Essa mudança ocorre desde a chegada do presidente Donald Trump ao poder, em janeiro, destacando alterações significativas na política externa norte-americana.
O Kremlin continua monitorando os movimentos da Europa, esperando ajustes alinhados à nova postura norte-americana. “Acreditamos que, no futuro, as declarações feitas em Bruxelas e Kiev podem gravitar para um equilíbrio maior”, completou Peskov.