
A onda de calor que assola o estado do Rio Grande do Sul já está em sua segunda semana, afetando milhões de pessoas com temperaturas extremamente altas para esta época do ano. Esse fenômeno é explicado por um bloqueio atmosférico associado a uma Alta Semi-Estacionária do Atlântico Sul (ASAS), que está alterando os padrões climáticos em grande parte do Brasil e no Atlântico Sul.
No Rio Grande do Sul, as temperaturas chegaram a impressionantes 40,5°C em Santiago, no dia 3 de março, e outras cidades registram máximas acima de 38°C. Este padrão de calor também afeta outras regiões, como Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, com chuvas muito abaixo da média nos últimos meses.
O impacto da ASAS no clima brasileiro
A ASAS é um sistema meteorológico de alta pressão que atua como um bloqueio atmosférico. Sua posição e força impedem a evolução do canal de umidade da Amazônia, o que resulta em períodos prolongados de seca no Sul e Sudeste do Brasil. Além disso, os ventos da ASAS favorecem dias ensolarados, com aumento de temperatura e poucas formações de nuvens.
Esse cenário redireciona a umidade amazônica para o interior da América do Sul, intensificando as chuvas no Uruguai e na Argentina. Nos últimos dias, chuvas severas causaram inundações em cidades como Buenos Aires, onde acumulados passaram de 300 mm.
Os últimos dados e projeções
Dados do Instituto Nacional de Meteorologia mostram temperaturas recordes em cidades como Santiago, São Gabriel e Campo Bom no Rio Grande do Sul. A previsão indica que o bloqueio atmosférico continuará nos próximos dias, mantendo os índices de calor elevados e reduzindo significativamente os volumes de chuva no Sul, Sudeste e parte do Centro-Oeste do Brasil.
A imagem do modelo alemão Icon reforça como a ASAS atua como uma barreira para a chuva nessas regiões, destacando a persistência do padrão de bloqueio.
Conclusão
A Alta Semi-Estacionária do Atlântico Sul (ASAS) tem desempenhado um papel importante nos extremos meteorológicos vivenciados recentemente. Com o avanço das semanas, meteorologistas continuarão monitorando seus impactos, enquanto milhões de brasileiros enfrentam os desafios de uma onda de calor intensa e prolongada.