Dezenas de milhares de pessoas se reuniram em Beirute neste domingo (23) para o funeral de Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah morto em um ataque israelense há cinco meses. A cerimônia, realizada no estádio Cidade Esportiva Camille Chamoun, contou com 55 mil pessoas no local e outras milhares em ruas adjacentes.
Nasrallah, que comandou o grupo extremista xiita por mais de 32 anos, transformou o Hezbollah em uma força política e militar relevante, mas sua morte foi um golpe significativo. Após meses de espera por conta de conflitos, o funeral oficial contou com homenagens de apoiadores carregando bandeiras amarelas do Hezbollah e fotos do líder. “Nasrallah vive em nós”, declarou o atual dirigente do grupo, Naim Qasem, durante discurso transmitido ao vivo.
Além disso, altos representantes políticos do Irã, Iraque e delegações de outras nações estavam presentes, reforçando o impacto global do evento. A segurança foi rigorosa, com 4.000 homens das autoridades libanesas atuando em conjunto com 25 mil membros do Hezbollah. A mobilização enfatiza a capacidade do grupo de organizar demonstrações, mesmo após sofrer perdas expressivas no último conflito com Israel.
O evento reforça o comprometimento do Hezbollah com sua resistência a Israel, sob um contexto de crescimento das tensões devido a ataques mútuos entre as forças israelenses e grupos apoiados pela milícia no Sul do Líbano. Questionada por suas lideranças, a interferência americana no conflito também segue como um ponto sensível na política regional.