Nesta segunda-feira (24), marcando três anos do conflito entre Ucrânia e Rússia, ocorrem mudanças significativas na postura diplomática dos Estados Unidos. Enquanto líderes europeus, como Emmanuel Macron, participaram de uma cúpula em Kiev demonstrando apoio ao presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, os EUA rejeitaram na Assembleia Geral da ONU uma resolução que culpa a Rússia pelo início do ocorrido e reconhece a integridade territorial da Ucrânia.
Essa decisão reflete um distanciamento norte-americano em relação aos aliados europeus e um maior alinhamento com Vladimir Putin, como indicado nas atitudes do presidente Donald Trump. Em reuniões recentes, Trump afirmou que negociações com a Ucrânia agora passam por novos termos econômicos e pela pressão para que Kiev ceda receitas de exploração de recursos naturais como gás, petróleo e minerais para Washington.
Durante uma entrevista conjunta em Washington, Trump e Macron divergiram ao discutir os esforços e financiamentos enviados à Ucrânia. Macron corrigiu Trump ao afirmar que a Europa arca com 60% do total. O presidente francês ainda sugeriu o envio de tropas de paz europeias, recebendo apoio inicial de Trump, mas o americano indicou que isso dependeria do aval de Putin.
A relação entre Trump e Zelensky se deteriorou significativamente. Trump acusou o líder ucraniano de ser um “ditador”, devido à impossibilidade de realizar eleições sob lei marcial. Zelensky, por sua vez, aventou publicamente a possibilidade de renunciar para facilitar a entrada da Ucrânia na OTAN, algo que Trump e Washington têm se oposto, em linha com os interesses russos.
O desfecho da guerra, que já perdura por três anos, permanece incerto, com indícios de que um acordo de paz possa ser assinado em breve na Casa Branca. No entanto, os interesses econômicos sobre os recursos naturais da Ucrânia ganharam destaque, refletindo a nova abordagem mais prática, senão controversa, do governo Trump.