General Mario Fernandes relata em áudio tentativa de golpe envolvendo Bolsonaro
Em um áudio divulgado pela Polícia Federal, o general da reserva Mario Fernandes revelou detalhes de uma conversa com o ex-presidente Jair Bolsonaro, onde o então presidente considerava que a diplomação de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não seria um obstáculo para a execução de um golpe de Estado. O diálogo ocorreu antes do encerramento do mandato de Bolsonaro, em dezembro de 2022.
Segundo o relatório da PF, Fernandes entrou em contato com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, reforçando a proximidade com o ex-presidente e destacando a necessidade de “uma ação no período mais breve possível”. O material é parte de investigações que resultaram na denúncia de 34 pessoas por atos contra o Estado Democrático de Direito, apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Relatório detalha indícios de conspiração
No áudio, Mario Fernandes afirma que o ex-presidente Bolsonaro mencionou que “qualquer ação poderia ser tomada até 31 de dezembro”, mesmo após a diplomação de Lula, em novembro de 2022. Fernandes está preso preventivamente e é suspeito de arquitetar planos para eliminar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF, Alexandre de Moraes, além de ter ocupado papéis importantes no governo e na base aliada ao longo dos últimos anos.
A PF também apontou que, até março do ano passado, Fernandes atuava como assessor do deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ) antes de ser preso. Além de sua prisão, o militar foi indiciado e denunciado pela PGR por seu suposto envolvimento na trama de golpe contra a democracia.
O caso segue em análise pelo STF, enquanto a gravidade das acusações reforça o impacto desse episódio no cenário político nacional.
Contexto e repercussão
A divulgação do relatório e do áudio evidencia o nível de articulação em torno de uma tentativa de golpe de Estado. A Procuradoria-Geral da República cita a proximidade de Mario Fernandes com Bolsonaro como peça central nas investigações. Essa conexão, somada ao material apreendido em dispositivos eletrônicos, é usada para sustentar as denúncias contra o general e demais envolvidos.
Para acompanhar os próximos desdobramentos, fique atento às atualizações nos canais oficiais.