Operação Hydra, conduzida pelo Ministério Público de São Paulo e a Polícia Federal, desmantelou esquemas de lavagem de dinheiro associados à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). As empresas financeiras 2GO Bank e Invbank foram investigadas e acusadas de ocultar recursos ilícitos em operações financeiras. A investigação foi alavancada por uma delação premiada de Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, que revelou mecanismos de lavagem de dinheiro e operações fraudulentas envolvendo bens de luxo. Os envolvidos utilizavam contratos comerciais e sociedades de propósito específico para mascarar a origem dos recursos.
Prisão e bloqueio de bens
Nesta terça-feira, a operação prendeu preventivamente o policial civil Cyllas Salerno Elia Júnior e aplicou medidas como o bloqueio de R$ 27,9 milhões em contas bancárias e a suspensão das atividades das fintechs envolvidas. Foram realizados mandados de busca e apreensão em diversos locais de São Paulo e região metropolitana. As fintechs são acusadas de facilitar transações financeiras para membros da organização criminosa, incluindo aquisições de imóveis. Segundo o depoimento de Gritzbach, o 2GO Bank atuava como financiador de operações de compra de bens de valor elevado.
Conexões com membros do PCC
As investigações revelaram o envolvimento de figuras-chave como Anselmo Becheli Santa Fausta, o “Cara Preta”, e Rafael Maeda, conhecido como “Japa”. Ambos eram investigados por suas contribuições à lavagem de ativos do PCC. Cara Preta foi morto em 2021, enquanto Japa, envolvido também com agenciamento de jogadores de futebol, foi encontrado morto em janeiro passado.
Melhoria nos sistemas de controle financeiro
Com o avanço da operação, busca-se endurecer mecanismos para combater a lavagem de dinheiro por meio de fintechs e ampliar o controle sobre atividades financeiras suspeitas. A colaboração entre órgãos federais tem sido essencial para enfrentar os crimes de colarinho branco e fortalecer a segurança financeira no Brasil.