EUA impõem taxação de 25% que pode afetar produção de aço em Minas Gerais

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    A implantação de uma tarifa de 25% sobre importações de aço e alumínio pelos Estados Unidos pode trazer impactos significativos para a siderurgia brasileira, especialmente para Minas Gerais, maior produtor de aço bruto e semiacabado do país. De acordo com o Instituto Aço Brasil, em 2024 o estado representou 30,1% da produção nacional, com 10,2 milhões de toneladas.

    De acordo com informações do g1, a medida foi assinada por Donald Trump em fevereiro de 2025 e entrou em vigor no último dia 12 de março. O governo norte-americano justificou a decisão como parte de uma estratégia para fortalecer a indústria local, taxando produtos estrangeiros. Além do Brasil, outros grandes parceiros comerciais dos EUA, como Canadá e México, também serão atingidos pela medida.

    Segundo a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), em janeiro de 2025, diante da expectativa de aplicação da tarifa, o Brasil registrou exportações recordes de aço para os EUA nos últimos quatro anos, totalizando 531 mil toneladas. O número corresponde a um aumento de 56% em relação à média mensal de 2024. No mesmo período, as importações de aço pelos americanos alcançaram 2,8 milhões de toneladas, maior volume em três anos.

    Apesar disso, especialistas apontam que a taxação poderá reduzir significativamente as exportações brasileiras para o mercado norte-americano, obrigando o setor siderúrgico a buscar novos destinos ou reduzir a produção no longo prazo. Empresas com maior dependência do mercado externo podem sofrer mais com a medida, enquanto aquelas focadas no mercado interno deverão enfrentar mudanças por conta do possível aumento na oferta doméstica, o que pode pressionar os preços para baixo e reduzir margens de lucro.

    Impactos para Minas Gerais

    Minas Gerais, por ser o maior estado produtor do país, deverá sentir os efeitos da medida de maneira mais intensa. Em 2024, o Brasil foi o segundo maior fornecedor de aço para os EUA, com exportações de 4 milhões de toneladas, o maior volume desde 2017, quando foi registrado 4,6 milhões. Empresas instaladas no estado, como a Gerdau e outras grandes produtoras, analisam os reflexos da decisão.

    Durante uma visita ao Polo Automotivo Stellantis, em Betim, e às obras de ampliação da siderúrgica Gerdau, em Ouro Branco, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou a questão e pediu respeito de Donald Trump em suas decisões comerciais, sem, contudo, detalhar possíveis medidas de resposta por parte do governo brasileiro.

    A Fiemg avalia que, embora a taxação tenha alcançado todas as economias que exportam aço para os Estados Unidos, colocando os países em situações concorrenciais mais equilibradas, os próximos passos dependerão das negociações bilaterais entre Brasil e EUA.

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