Estudo afirma que 1 em 20 mulheres enfrentará câncer de mama ao longo da vida. Segundo pesquisa publicada na revista científica Nature Medicine, essa estatística alarmante pode piorar até 2050, com projeções de até 3,2 milhões de novos casos anuais e 1,1 milhão de mortes causadas pela doença. Essas estimativas também apontam para desigualdades alarmantes entre países com diferentes Índices de Desenvolvimento Humano (IDH).
Tendências globais e desafios no combate ao câncer de mama
A pesquisa foi baseada em dados do Observatório Global do Câncer da Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer (IARC) e do Banco de Dados de Mortalidade da Organização Mundial da Saúde (OMS). Ela mostra que, em países com IDH muito alto, as taxas de incidência aumentaram de 1% a 5% ao ano no período mais recente (2008–2017). Em contrapartida, as taxas de mortalidade diminuíram em nações privilegiadas, contudo, em países de IDH baixo, mais da metade das mulheres diagnosticadas acabam morrendo devido às limitações no acesso à detecção precoce e tratamentos eficientes.
As desigualdades regionais também são muito evidentes. Enquanto países como a França e América do Norte registram riscos vitalícios mais baixos de morte por câncer de mama, regiões como Fiji e África apresentam taxas significativamente mais preocupantes. Além disso, nações como Bélgica e Dinamarca alcançaram a meta da OMS de reduzir em 2,5% ao ano a mortalidade por câncer de mama, enquanto outras ainda enfrentam aumento no número de óbitos.
Fatores regionais e sociodemográficos
O estudo também detectou variações por região no diagnóstico e mortalidade nas faixas etárias. Na África, 47% dos casos são diagnosticados em mulheres com menos de 50 anos, contra cerca de 18% na América do Norte. As taxas de mortalidade por câncer de mama são maiores na Melanésia (27 mortes por 100 mil mulheres), em comparação com o Leste Asiático (7 mortes por 100 mil mulheres).
Recomendações para mitigar desigualdades
Os autores do levantamento destacam a necessidade urgente de investimentos em políticas de prevenção primária, diagnósticos precoces e tratamentos baseados na Iniciativa Global de Câncer de Mama da OMS. “A cada minuto, quatro mulheres são diagnosticadas com câncer de mama no mundo e uma mulher morre da doença,” afirma Joanne Kim, cientista da IARC. Segundo ela, essas estatísticas podem ser alteradas com esforços concentrados em reduzir lacunas sistêmicas e implementar estratégias globais que salvem vidas.
Impacto do estilo de vida e acesso à saúde
Entre os fatores associados às altas incidências em países com IDH muito alto estão o consumo de álcool e baixos níveis de atividade física. Já em países de IDH baixo, a desigualdade no acesso ao diagnóstico oportuno, tratamentos de qualidade e terapias avançadas continua sendo a maior barreira para melhorar as taxas de sobrevivência.
Relatório completo
Para acessar mais informações, leia o relatório completo publicado pela IARC neste link. Além disso, confira a análise original na Nature Medicine, abordando de forma detalhada a metodologia e as implicações do estudo.