A defesa do ex-ministro Walter Braga Netto apresentou uma solicitação ao Supremo Tribunal Federal (STF) para afastar o ministro Alexandre de Moraes da relatoria da denúncia sobre a trama golpista. O pedido de suspeição questiona a imparcialidade do magistrado, destacando que, embora Moraes não seja uma vítima direta, as acusações da Procuradoria-Geral da República (PGR) e da Polícia Federal (PF) incluem uma trama que envolve um plano para assassiná-lo, assim como ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao vice-presidente Geraldo Alckmin.
Se acolhido, um novo relator deverá ser designado para o caso. No momento, Moraes é responsável por analisar a denúncia da PGR, ouvir as defesas dos acusados e decidir se o caso está pronto para julgamento na Primeira Turma do STF, composta por outros quatro ministros: Cristiano Zanin, presidente da turma; Cármen Lúcia; Luiz Fux; e Flávio Dino.
Enquanto isso, a defesa de Jair Bolsonaro também planeja pedir o afastamento dos ministros Zanin e Dino, alegando que suas indicações ao STF pelo governo Lula levantam dúvidas sobre sua imparcialidade. Zanin foi advogado pessoal do atual presidente, e Dino ocupou a pasta de Justiça no governo petista antes de ser indicado ao tribunal.
Apesar dessas alegações, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, sinalizou que pretende manter ambos os ministros aptos a julgar a denúncia contra Bolsonaro e os demais acusados. A denúncia envolve ao todo 34 pessoas, incluindo Braga Netto e Bolsonaro, por participação em uma tentativa de golpe após as eleições de 2022.
Esses desdobramentos representam mais um capítulo das complexas discussões jurídicas em torno de figuras políticas influentes e apontam para um julgamento que poderá ter implicações profundas para o futuro da democracia brasileira.