Os conservadores da União Democrática Cristã (CDU) venceram as eleições parlamentares na Alemanha neste domingo (23), consolidando sua posição como o partido mais votado do país. Contudo, o resultado não foi suficiente para garantir a governabilidade sem alianças.
Boca de urna confirma vitória da CDU
A CDU, liderada por Friedrich Merz, alcançou o maior número de votos nas urnas, como indicavam as pesquisas de intenção de voto e boca de urna. No entanto, como o sistema parlamentarista alemão exige que o partido vencedor atinja uma maioria de assentos no Bundestag (Parlamento Federal) para formar governo, será necessário negociar com outras siglas. Caso as conversas não avancem, novas eleições poderão ser convocadas.
O AfD (Alternativa para a Alemanha), conhecido por sua linha de extrema direita, registrou um crescimento sem precedentes desde a Segunda Guerra Mundial, tornando-se a segunda força política no Parlamento. Os resultados reforçam a ascensão de partidos radicais e um momento de polarização na Alemanha.
A importância das alianças políticas
Merz enfrentará desafios complexos ao articular coalizões políticas. Ele já declarou que não formará pactos com o AfD, mas especialistas apontam que o discurso relativamente duro do líder conservador em relação à imigração pode abrir margem para interpretações dúbias.
“Nossa prioridade é criar um governo o quanto antes. A Alemanha precisa de unidade dentro da Europa neste momento crítico”, destacou Merz após o resultado preliminar.
Por que as eleições foram convocadas?
A crise que levou à convocação dessas eleições teve início semanas atrás, com o colapso do governo de Olaf Scholz. A ruptura na coalizão entre social-democratas, verdes e liberais deixou o gabinete sem maioria no Bundestag, obrigando o presidente alemão a dissolver o Parlamento e organizar o novo pleito.
O impacto para a Europa
Com a maior economia da União Europeia, a vitória conservadora (e o crescimento da extrema direita) na Alemanha deve influenciar diretamente as políticas da União Europeia em áreas como economia, geopolítica e resposta à guerra na Ucrânia. Além disso, a instabilidade interna alemã reflete desafios similares já observados em outras democracias ocidentais.
A contagem de votos deve ser concluída nas próximas horas, mas as implicações políticas já começam a reverberar em todo o bloco europeu.