Os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças e adolescentes de até 14 anos continuam em alta após a volta às aulas no Distrito Federal e em cinco estados: Goiás, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Sergipe. A situação foi apontada na última edição do Boletim Infogripe, divulgado pela Fiocruz nesta quinta-feira (20) no Rio de Janeiro.
A SRAG se refere a casos de síndromes gripais graves, frequentemente exigindo hospitalização devido ao comprometimento da função respiratória. Segundo a pesquisadora Tatiana Portella, estes surtos vêm sendo intensificados em ambientes fechados, onde as crianças passam mais tempo juntas, facilitando a transmissão de vírus respiratórios.
Além disso, o boletim alerta para os elevados casos de vírus sincicial respiratório (VSR) no Distrito Federal e Goiás, particularmente em bebês de até dois anos. Apesar de geralmente circular mais no inverno, o VSR em 2023 já resultou em mais de 460 casos de SRAG no país, com 16 mortes registradas até o momento.
Embora o VSR seja preocupante, a covid-19 permanece como a infecção viral de maior letalidade. Mais de 81% das mortes por SRAG confirmadas até o ano foram causadas pelo coronavírus, com as principais vítimas sendo idosos. Em estados como Mato Grosso, Roraima, Sergipe e Tocantins, os pesquisadores observaram um aumento nos casos com sinais indicativos de covid-19.
O boletim também destaca cenários preocupantes em sete unidades federativas: Amazonas, Distrito Federal, Goiás, Rondônia, Roraima, Sergipe e Tocantins. Nessas localidades, há registros de níveis de alerta em tendências de curto e longo prazo, independentemente do agente causador da SRAG. Segundo os especialistas, a situação exige atenção e medidas preventivas adequadas.