Apesar da autorização do Ministério da Saúde para aumentar a faixa etária de vacinação contra a dengue utilizando doses próximas ao vencimento, algumas capitais, como Aracaju, Belém e Brasília, continuarão priorizando adolescentes de 10 a 14 anos. O principal motivo apontado pelas prefeituras é a inexistência de doses próximas ao vencimento e o estoque reduzido em algumas localidades.
No Rio de Janeiro, a faixa etária de vacinação foi ampliada em janeiro, abrangendo jovens entre 10 e 16 anos, e essa mudança seguirá em ação. Em Porto Velho, todas as doses já foram administradas. A prefeitura informou a falta de estoque ao Ministério da Saúde, que prometeu o envio de novas doses em breve.
Em Aracaju, restam apenas cerca de 800 doses das 20.327 recebidas originalmente, resultando em uma cobertura vacinal de quase 70% com a primeira dose. Em contraste, Belém apresenta um índice muito mais baixo, com apenas 10,63% do público-alvo imunizado.
Situações desafiadoras também são vistas em Salvador, onde cerca de 95 mil vacinas foram aplicadas, mas menos de 27 mil jovens completaram as duas doses. Isso representa apenas 12% do público-alvo com esquema vacinal completo.
Já em Belo Horizonte, a disparidade entre a aplicação da primeira e da segunda dose preocupa. Enquanto mais de 100 mil primeiras doses foram aplicadas, menos de 37 mil pessoas retornaram para concluir o esquema vacinal.
Recife também apresenta números abaixo do esperado. Embora 24,8% da meta tenha sido alcançada com a primeira dose, apenas 6,5% dos adolescentes tomaram a segunda dose. Tal cenário reflete os desafios enfrentados pelas capitais brasileiras em manter altas taxas de cobertura vacinal contra a dengue.
No Rio de Janeiro e em São Paulo, os números são semelhantes. Apesar de quase 240 mil primeiras doses aplicadas no Rio, apenas 68 mil jovens foram completamente imunizados. Em São Paulo, mais de 274 mil tomaram a primeira dose, mas apenas 140 mil concluíram o esquema.
