As altas temperaturas no Rio Grande do Sul levaram à Justiça estadual a suspender o início das aulas na rede estadual de ensino. A decisão atende a um pedido do Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers). O ano letivo, que deveria começar no dia 10, pode ser adiado para o dia 17 de fevereiro, caso a medida não seja revista.
Diante do impasse, o governo do estado recorreu à Procuradoria-Geral para tentar reverter a suspensão. Enquanto isso, a Secretaria de Educação afirma que a retomada das atividades permanece suspensa em 2.320 escolas estaduais, mas enfatiza que haverá atualizações sobre a data oficial do início das aulas.
O Cpers justifica o pedido de adiamento com base em um alerta da MetSul Meteorologia sobre o calor extremo no estado. As temperaturas podem ultrapassar os 40°C e atingir sensação térmica de até 50°C em determinadas regiões. A entidade destaca que muitas escolas não possuem estrutura adequada para enfrentar tais extremos e aponta riscos à saúde da comunidade escolar.
A entidade criticou a recomendação do governador Eduardo Leite, que sugeriu que a comunidade escolar utilizasse roupas leves, protetor solar, se hidratasse e ficasse atenta a sintomas de mal-estar. O alerta da MetSul indica que o período mais intenso do calor coincide com o retorno das aulas, considerado como um fator de maior gravidade.
O governo estadual argumenta que as escolas atendem cerca de 700 mil alunos, sendo que 42% estão em situação de vulnerabilidade social. Segundo a administração, as instituições escolares são locais de acolhimento e segurança para crianças enquanto seus responsáveis trabalham. A secretária de Educação, Raquel Teixeira, defende que cada região monitore as condições específicas para decidir sobre o adiamento.