A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em parceria com vigilâncias estaduais e municipais, iniciou uma intensa operação de fiscalização em clínicas de estética localizadas em Brasília, Goiânia, São Paulo, Osasco, Barueri e Belo Horizonte. As ações visam verificar as condições sanitárias e a regularidade de produtos e equipamentos utilizados nesses locais.
De acordo com a Anvisa, a operação também incluiu inspeções em dois fabricantes de dispositivos médicos em Anápolis (GO) e Porto Alegre. Durante o primeiro dia, foram vistoriados 19 estabelecimentos estéticos, todos apresentando algum tipo de irregularidade, como produtos inadequados e equipamentos médicos não calibrados ou proibidos.
Produtos sem registro, medicamentos manipulados ilegalmente, materiais vencidos e itens armazenados sem controle de temperatura foram destacadamente encontrados. Em uma clínica de Osasco, mais de 300 ampolas de produtos injetáveis sem condições seguras foram apreendidas, junto a nove equipamentos médicos interditados.
Na primeira etapa da ação, dois estabelecimentos foram totalmente interditados em Goiânia e Belo Horizonte. Outras infrações levaram a interdições parciais em São Paulo e Brasília. Alguns problemas comuns detectados incluem a reutilização de materiais descartáveis e protocolos inadequados de segurança sanitária.
Além disso, clínicas foram flagradas sem responsáveis técnicos, sem pias para higienização, e com uso de anestésicos vencidos ou sem comprovação de validade. Alguns cosméticos também eram usados de forma injetável, prática proibida no Brasil. Estabelecimentos que executavam procedimentos invasivos sem profissionais habilitados tiveram seus casos comunicados aos conselhos de classe competentes e órgãos policiais para investigação.
Outros registros incluem ausência de prontuários médicos, falhas no gerenciamento de resíduos e anotação de complicações, como infecções, que não foram reportadas às autoridades de saúde, contrariando a legislação vigente. Casos de equipamentos inadequadamente esterilizados ou mal armazenados também foram observados em diversas localidades vistoriadas.
De acordo com a Anvisa, as empresas autuadas estarão sujeitas a penalidades que podem variar de advertências à suspensão definitiva de autorizações e licenças.