Alto potencial para cultivo de arroz de sequeiro na Zona da Mata mineira

    0
    unnamed-file-94
    Emater-MG / Divulgação

    Unidades demonstrativas instaladas em novembro de 2024 nos municípios de Olaria, Lima Duarte e Santana do Garambéu mostraram o alto potencial da Zona da Mata mineira para o cultivo de arroz de sequeiro. Conforme a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater–MG) e a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), os resultados superaram as expectativas, com produtividade acima de 5 toneladas por hectare em todas as cultivares testadas.

    As áreas foram implantadas em parceria com a Universidade Federal de Lavras (Ufla) e as prefeituras locais. Cada unidade teve 500 m² de plantio das variedades AN Cambará, CMG 1590, A502, A503, Caçula, Aromático e Elite. Foi aplicada uma metodologia específica durante a colheita, incluindo medição da área e pesagem dos grãos, com correções de umidade e impurezas. Embora a expectativa inicial fosse de 3 toneladas por hectare, o desempenho foi mais alto.

    Emater-MG / Divulgação

    Segundo Marco Aurélio Moreira, coordenador regional de Culturas da Unidade Regional da Emater-MG em Juiz de Fora, “O arroz aromático atingiu cerca de 8,15 toneladas por hectare, enquanto a cultivar CMG 1590 alcançou 10 toneladas.” Já a variedade crioula tradicional rendeu apenas 1,2 tonelada por hectare.

    Em Santana do Garambéu, devido à maior variação térmica, grãos de qualidade inferior foram mais frequentes, mas a CMG 1590 mostrou bom desempenho e resistência. Desafios foram observados em Lima Duarte, onde capivaras e pássaros causaram danos, entretanto, não houve pragas ou doenças graves.

    Colaborações e Impactos

    A pesquisadora Janine Guedes, da Epamig, destacou a importância da parceria entre as instituições para fortalecer a agricultura familiar. “A parceria foi fundamental porque visou exclusivamente os produtores. Quando a Epamig entra com a pesquisa, a Emater com a extensão, a universidade com recursos humanos e a prefeitura com apoio, os produtores são os beneficiados”, enfatizou ela.

    Em Olaria, cerca de 40 pessoas visitaram a propriedade de Vicentina Oliveira, onde uma das unidades demonstrativas foi implantada. Vicentina, ao ver os bons resultados, planeja aumentar a plantação para venda no Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e feiras livres. “No começo, achei que não ia dar nada, mas, no final, vi que o resultado foi muito bom. Agora quero plantar muito mais”, relatou ela entusiasticamente.

    Sem comentários

    Deixe uma resposta

    Por favor digite seu comentário!
    Por favor, digite seu nome aqui

    Sair da versão mobile