Um vídeo exclusivo obtido pelo g1 e pelo Fantástico revelou o momento em que o Ministério Público e a Polícia Civil apreenderam mais de R$ 300 mil em dinheiro vivo na casa de José Aprígio, ex-prefeito de Taboão da Serra, na Grande São Paulo. A quantia foi encontrada durante a ‘Operação Fato Oculto’, desencadeada na semana passada, com o objetivo de cumprir mandados de busca e apreensão contra Aprígio e outras quinze pessoas investigadas.
A defesa de Aprígio informou que o montante será comprovado futuramente como declarado no imposto de renda do ex-prefeito.
Apreensão e fraudes investigadas
A operação ocorre no contexto de uma investigação sobre um falso ataque armado que teria sido encomendado pelo próprio ex-prefeito. Durante a delação premiada, Gilmar Santos, um dos atiradores contratados, revelou que ele e outros três cúmplices receberam a quantia de R$ 500 mil para simular o atentado contra Aprígio. Segundo as informações fornecidas pelo delator, parte desses recursos foi utilizada para adquirir um fuzil AK-47, ao custo de R$ 85 mil, para realizar o crime forjado.
Detalhes do falso ataque
O falso atentado ocorreu em Taboão da Serra, com disparos de arma de fogo contra o veículo blindado onde Aprígio estava. O político foi atingido superficialmente por estilhaços de uma bala no ombro esquerdo. Na ocasião, ele chegou a ser hospitalizado, enquanto sua equipe divulgava um vídeo editado sobre o suposto ataque em menos de 30 minutos após o fato.
Além de Aprígio, três secretários municipais, seu irmão e seu sobrinho estão entre os investigados por associação criminosa, tentativa de homicídio, incêndio, adulteração de veículos, entre outras acusações. Caso as denúncias sejam confirmadas, os envolvidos podem enfrentar penas de até 30 anos de prisão.
Desdobramentos da investigação
Gilmar Santos, delator do caso, detalhou os bastidores do ataque simulado. Além de Gilmar, dois cúmplices identificados como Odair Júnior de Santana e Jefferson Ferreira de Souza também são réus no processo. Enquanto os dois últimos encontram-se foragidos, Gilmar teve sua colaboração premiada homologada, garantindo possível abatimento de pena. Parte dos investigados teve seus celulares apreendidos para perícia, e o fuzil envolvido na simulação ainda não foi localizado.
O Ministério Público segue apurando a ligação de outros suspeitos, como Anderson Moura (‘Gordão’), preso durante a investigação, e Clóvis Reis de Oliveira, que permanece foragido.
Em resposta, as defesas dos acusados sustentam alegações de inocência, afirmando que não há provas robustas e que seus clientes estão à disposição da Polícia e da Justiça para esclarecimentos.