Tenente-coronel incentivou manifestantes a irem para o Congresso

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    Manifestantes golpistas invadiram prédios do Congresso, STF e Palácio do Planalto, durante atos criminosos de 8 de janeiro de 2023 • Marcelo Camargo/Agência Brasil

    Um áudio obtido pela Polícia Federal (PF) e divulgado no último domingo (28) revela declarações polêmicas do tenente-coronel Guilherme Marques de Almeida. Na gravação, o militar incentiva manifestantes acampados em frente ao Quartel-General (QG) do Exército, em Brasília, a se dirigirem ao Congresso Nacional para pressionar o Legislativo. Almeida considerava ineficazes os protestos em frente ao QG e defendeu que o foco deveria ser redirecionado.

    O material faz parte de uma investigação que resultou na denúncia de 34 pessoas, acusadas de atos contra o Estado Democrático de Direito. A denúncia foi levada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF) na última semana.

    Em um dos trechos do áudio, Almeida afirma que “não adianta protestar na frente do QG do Exército. Tem que ir pro Congresso. O Executivo é envolvido; o Judiciário não vai fazer nada. Só sobrou o Legislativo”. Segundo a PF, o militar seria parte de um núcleo encarregado de espalhar desinformação sobre supostas fraudes eleitorais para manter a mobilização de manifestantes.

    O caso ganha ainda mais relevância considerando o episódio de 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes que estavam acampados em frente ao QG do Exército invadiram e depredaram os prédios do Palácio do Planalto, do STF e do Congresso Nacional. No mesmo contexto, Almeida foi alvo da Operação Tempus Veritatis, que cumpriu mandados de busca e apreensão contra ele em fevereiro deste ano.

    Ao analisar dados extraídos de celulares e computadores confiscados, a PF destacou que vídeos com informações falsas eram utilizados para incentivar atos golpistas e comprometer o sistema eleitoral. Até o momento, o Exército, a Marinha e a Aeronáutica não se manifestaram sobre os áudios divulgados.

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