Nova audiência sobre transplantes de órgãos infectados por HIV ocorre no Rio
Começou nesta segunda-feira (24) a primeira audiência de instrução e julgamento do caso envolvendo transplantes de órgãos infectados com o vírus HIV, ocorrido no Rio de Janeiro. A 2ª Vara Criminal de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, é o palco do julgamento, que está sendo realizado a portas fechadas, sem a cobertura da imprensa.
Além dos sócios do laboratório envolvido, Walter Vieira e seu filho Matheus Vieira, outros quatro funcionários são réus na ação judicial. Todos os acusados estão atualmente em liberdade. Durante a audiência, serão ouvidos os depoimentos das testemunhas convocadas pelo Ministério Público, além dos interrogatórios dos réus.
O caso: órgãos infectados com HIV
Em setembro do ano passado, um grave erro veio à tona: seis pacientes que aguardavam transplantes pelo sistema de Saúde do Rio testaram positivo para HIV após receberem órgãos contaminados de dois doadores. A responsabilidade recaiu sobre o laboratório particular PCS Lab Saleme, situado em Nova Iguaçu, que foi contratado pela Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) para realizar os testes de sorologia nos órgãos doados.
De acordo com as investigações, o laboratório reduziu a periodicidade dos testes sorológicos, de diários para semanais, como uma medida de economia, o que culminou no trágico evento. Por conta desse escândalo, o laboratório foi descredenciado de suas operações no Brasil.
O impacto e as repercussões
O incidente colocou o sistema de transplantes no Brasil em alerta, gerando uma série de discussões sobre protocolos de segurança e fiscalização de contratos com laboratórios terceirizados. Este caso, considerado sem precedentes no país, impôs uma revisão nas práticas de transplantes para garantir maior segurança aos pacientes.
A Secretaria Estadual de Saúde informou ter intensificado os procedimentos de testagem e fiscalização após o ocorrido, para evitar que casos similares voltem a acontecer.