O presidente argentino Javier Milei desafiou seus aliados e a oposição ao nomear dois juízes para a Suprema Corte por decreto, driblando a aprovação tradicional do Senado. A decisão marca um momento de alta tensão política na Argentina e levanta questões sobre os impactos na democracia do país.
A escolha dos juízes Ariel Lijo e Manuel García-Mansilla, ambos criticados pela oposição, gera polêmicas, especialmente quanto a Lijo, envolvido em acusações de corrupção e má conduta judicial, segundo a ONG Associação Civil pela Igualdade e a Justiça (ACIJ). O governo alegou tentativas fracassadas de negociação com os senadores para resolver a questão democraticamente.
Até dezembro, quando o ano legislativo se renova, os dois ocuparão os cargos de forma provisória. Essa medida ocorre em meio a um cenário político conturbado, com acusações de criptogate contra Milei e perspectiva de renovação de um terço das cadeiras no Senado nas eleições legislativas de outubro.
Como isso afeta o mercado e a confiança política?
Observadores sugerem que o movimento pode aprofundar a desconfiança nos mercados, destacando um risco de insegurança jurídica ao mostrar dificuldade do Executivo em construir acordos. No entanto, Milei segue popular junto à sua base, apesar dos recentes escândalos envolvendo criptomoedas e suspeitas de fraude.
O que esperar nos próximos meses?
Enquanto as negociações no Senado permanecem emperradas, o governo trabalha para ganhar apoio antes da renovação legislativa, que pode mudar o equilíbrio de forças no Congresso. O desfecho dessas articulações será vital para avaliar o impacto de longo prazo das decisões do presidente na estabilidade política da Argentina.