Mariana Emerenciano busca superar o preconceito e inovar na ciência

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    Mariana Emerenciano Cavalcanti de Sá, pesquisadora do Instituto Nacional de Câncer (INCA), foi reconhecida na categoria Estímulo da premiação Mulheres e Ciência, na área de Ciências da Vida. Sua trajetória marca desafios como o enfrentamento do preconceito e o esforço para equilibrar a maternidade com a carreira científica. Mariana também destaca a importância da equidade e da diversidade no ambiente acadêmico e científico no Brasil.

    De acordo com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a pesquisa da cientista foca em alterações genéticas específicas em crianças com leucemia aguda, buscando tratamentos personalizados que aumentem as chances de cura e reduzam os efeitos colaterais desnecessários. “Quando sabemos em detalhes qual é o defeito genético que está levando aquela célula a se tornar maligna, conseguimos escolher a melhor forma de tratar”, explicou Mariana, ressaltando a importância do diagnóstico preciso na oncologia pediátrica.

    Caminho marcado por desafios e superação

    Mariana revelou que sempre enfrentou obstáculos decorrentes do preconceito e da sensação de não pertencimento, comuns às mulheres no meio científico. “A sensação de não pertencimento me acompanhou durante toda a minha trajetória”, compartilhou. Apesar disso, destacou o papel fundamental de sua rede de apoio, composta pelo marido, familiares e amigos, no equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.

    Sua paixão pela ciência teve início ainda na infância, incentivada pela curiosidade e pelo exemplo de sua mãe. Mariana decidiu dedicar sua carreira ao estudo do câncer infantil, motivada pelo impacto positivo que suas descobertas poderiam ter na vida de famílias atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

    Inspiração dentro e fora do laboratório

    Além de cientista, Mariana é esportista, leitora assídua e apaixonada por jardinagem. Ela destacou como o espírito esportivo contribuiu para desenvolver resiliência e trabalho em equipe, habilidades essenciais para sua atuação científica. Entre seus maiores prazeres está a maternidade. “É uma sensação indescritível ser mãe de dois jovens tão incríveis”, contou.

    Sobre os desafios para mulheres na ciência, Mariana enfatizou que a presença feminina pode transformar ainda mais a área e espera que, no futuro, o trabalho das cientistas seja mais valorizado e livre de ameaças como o assédio. Para as jovens que desejam ingressar na carreira científica, aconselha: “Faça por você, mas não faça somente para você”.

    Prêmio promove a inclusão na ciência

    O prêmio Mulheres e Ciência, promovido pelo MCTI, em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o Ministério das Mulheres, o British Council e o Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF), tem como objetivo reconhecer e valorizar a contribuição feminina para o avanço científico no Brasil. Para Mariana, as iniciativas desse tipo não apenas incentivam a continuidade dos sonhos, mas também abrem espaço para que mulheres de diferentes origens, especialmente negras, trilhem caminhos na ciência.

    A pesquisadora projeta um cenário mais inclusivo e diverso para a ciência brasileira, no qual mais mulheres ocupem posições de liderança. Apesar das adversidades enfrentadas ao longo da carreira, Mariana continua inspirando e transformando vidas com seu trabalho e dedicação à pesquisa científica.

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