Nesta sexta-feira (6), em Paris, o Brasil recebeu o certificado de país livre de febre aftosa sem vacinação. A entrega foi feita pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e pelo ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro. O documento foi entregue pela diretora-geral da Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA), Emmanuelle Soubeyran. Este reconhecimento representa um marco histórico para a pecuária nacional.
De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária, a busca por esse status teve início há mais de 60 anos. O novo reconhecimento pode abrir oportunidades de negócios para os produtos brasileiros em mercados exigentes ao redor do mundo. Lula destacou a importância do agronegócio para a economia do país e a confiança no sistema de defesa agropecuária brasileiro.
O Ministro Fávaro sublinhou a conquista como um dia histórico para o Brasil, evidenciando a força da sanidade agropecuária do país. Com o reconhecimento, o Brasil interromperá a vacinação de mais de 244 milhões de bovinos e bubalinos, gerando uma economia de mais de R$ 500 milhões com a suspensão da aplicação da vacina.
Impacto na Economia e Histórico
Roberto Perosa, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC), afirmou que a certificação permitirá a ampliação dos mercados para a carne bovina brasileira. Atualmente, o Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo, sendo que 87% do volume exportado é comercializado in natura.
Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), ressaltou que o reconhecimento irá melhorar a imagem do Brasil no mercado mundial, impactando positivamente a balança comercial do país.
O primeiro registro da febre aftosa no Brasil ocorreu em 1895, em Minas Gerais. A última ocorrência foi em 2006, e em 2007, Santa Catarina foi reconhecida como área livre de febre aftosa sem vacinação pela OMSA. Em 2018, o Brasil foi reconhecido como país livre da doença com vacinação. Em 2021, diversas regiões receberam o reconhecimento sem vacinação. Em 2025, após um período de observação, o país foi formalmente reconhecido como inteiramente livre da febre aftosa sem vacinação.