Um órgão do governo de Javier Milei na Argentina tem gerado polêmica ao utilizar termos pejorativos e obsoletos para descrever pessoas com deficiência intelectual. No anexo de uma resolução publicada no Boletim Oficial, foram utilizados termos como “idiota”, “imbecil” e “débil mental”, categorias há muito abandonadas pela comunidade médica internacional e pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
A categorização apareceu em um documento que detalha critérios para concessão de pensões a pessoas com deficiência. Apesar da reação negativa, incluindo críticas de ONGs e especialistas em direitos humanos, o governo Milei não se pronunciou sobre a linguagem empregada. Seis organizações enviaram pedidos para que o texto fosse derrubado, considerando-o discriminatório e ultrapassado.
Essa posição reflete o tom adotado pelo próprio Milei, que frequentemente utiliza termos depreciativos para se referir a opositores e jornalistas. Recentemente, no BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), chegou a chamar alguém de “imbecil” durante um contratempo em uma transmissão ao vivo.
ONGs e especialistas pressionam pelo fim da discriminação
Entidades defensoras de direitos humanos acusam o documento de reforçar estereótipos negativos e de estar desconectado das diretrizes de inclusão definidas pela OMS. Além disso, destacam que a linguagem utilizada perpetua a discriminação histórica contra pessoas com deficiência.
Impactos da terminologia ultrapassada
- Reforço de preconceitos: A perpetuação de estigmas prejudica a inclusão social e a dignidade das pessoas com deficiência;
- Desalinhamento internacional: A categorização ignora avanços técnicos na avaliação e inclusão de pessoas com deficiência;
- Reação internacional: Especialistas apontam a necessidade de revisão urgente para alinhar o discurso oficial a princípios contemporâneos de direitos humanos.
As críticas reforçam o chamado por mudanças no governo de Javier Milei, especialmente em relação à inclusão e respeito à diversidade. Enquanto a Argentina enfrenta este debate, especialistas alertam para a necessidade de alinhamento das políticas públicas aos valores internacionais de direitos humanos.