Alemanha faz eleições domingo em meio a ameaças à estabilidade política e avanço da extrema direita

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    1 de 4 Alemanha vai às urnas para eleger o próximo Parlamento — Foto: Kayan Albertin/g1 2 de 4 Friedrich Merz é favorito para ser o novo chanceler da Alemanha — Foto: REUTERS/Teresa Kroeger 3 de 4 Manifestantes saem às ruas de Frankfurt para protestar contra a AfD, de extrema-direita — Foto: REUTERS/Kai Pfaffenbach 4 de 4 Chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, em 16 de novembro de 2024 — Foto: Tobias Schwarz/AFP

    Por Redação G1

    A Alemanha, maior economia da União Europeia, enfrenta um momento de tensão política enquanto seus cidadãos se preparam para votar neste domingo (23) nas eleições parlamentares. Com o crescimento da extrema direita, representada pela AfD, e a dificuldade prevista para formar uma coalizão governamental, a estabilidade política do país está em risco.

    Como funcionam as eleições na Alemanha?

    Os eleitores escolherão 630 deputados que formarão o Bundestag, o Parlamento alemão. Cada pessoa vota duas vezes: uma para eleger um candidato em seu distrito (Erststimme) e outra para apoiar um partido (Zweitstimme). A quantidade de cadeiras para cada partido é proporcional à sua votação, sendo que somente os partidos com mais de 5% dos votos conquistam representatividade parlamentar.

    Panorama das pesquisas

    As últimas pesquisas eleitorais indicam a seguinte composição:

    • 29%: Bloco conservador CDU/CSU
    • 21%: Alternativa para a Alemanha (AfD)
    • 15%: Social-democratas (SPD)
    • 13%: Verdes
    • 8%: A Esquerda
    • 5%: Democratas Livres (FDP)

    Historicamente, governos na Alemanha são formados por coalizões entre dois ou mais partidos. No entanto, o crescimento da AfD, acusada de associação com movimentos neonazistas e investigada por extremismo, pode dificultar a construção de aliança suficiente para garantir a governabilidade.

    Principais preocupações dos eleitores

    Entre os temas debatidos na eleição estão propostas para reduzir o custo de vida e combater a inflação. Paralelamente, cresce a preocupação com a imigração ilegal, um dos principais assuntos explorados pela extrema direita da AfD para atrair eleitores.

    Perspectivas para a formação de governo

    Manter o “cordão sanitário”, ou seja, a rejeição em formar alianças com a AfD, será um desafio. A fragmentação do Parlamento pode levar a coalizões instáveis ou até mesmo a um governo minoritário. Alternativas mencionadas por especialistas incluem:

    • Grande Coalizão: Entre conservadores (CDU/CSU) e social-democratas (SPD).
    • Coalizão Quênia: Conservadores, sociais-democratas e Verdes.
    • Coalizão Alemanha: Conservadores, FDP e sociais-democratas.
    • Governo Minoritário: Liderado pelo partido mais votado, sem maioria absoluta.

    Futuro do extremismo político e governo

    Se os conservadores liderados por Friedrich Merz conseguirem formar um governo, desafios relacionados à economia e pautas como imigração podem determinar a trajetória futura da AfD. Como estratégia de oposição, a extrema direita busca ampliar sua influência, usando uma abordagem semelhante à de Marine Le Pen na França e Giorgia Meloni na Itália, moderando seus posicionamentos em política externa enquanto mantém uma agenda rígida em políticas internas.

    A definição do próximo chanceler depende tanto da coalizão que for formada quanto do apoio parlamentar. Os partidos já indicaram seus principais nomes, e a escolha final ficará a cargo do presidente alemão, seguida por uma votação interna no Parlamento.

    Manifestantes tomam as ruas

    Enquanto isso, diversos protestos contra a AfD ocorreram em cidades como Frankfurt, mostrando a divisão dentro da sociedade alemã. A polarização eleitoral reflete-se tanto nas urnas quanto nas ruas, destacando o momento delicado pelo qual passa a política alemã.

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