Um motorista de 56 anos, vinculado à Prefeitura de Água Boa, no Rio Doce, foi preso suspeito do envolvimento na morte de Yara Karolaine, de 10 anos. De acordo com informações divulgadas pela Polícia Militar, o corpo da criança foi encontrado no último sábado (8), em uma cachoeira conhecida como Pele de Gato, por mulheres que pescavam no local. As investigações apontam que veículos da prefeitura teriam sido usados no rapto da menina e na ocultação do corpo.
Imagens de câmeras de segurança mostraram que Yara entrou em um Renault Sandero branco no dia 4 de março, data em que foi vista pela última vez pelos familiares. O veículo deixou Água Boa às 21h47 do mesmo dia, chegando à cidade de Santa Maria do Suaçuí por volta das 0h46 do dia 5. Nas gravações, o motorista é visto ajudando a criança a descer do carro e entrar em sua casa. Yara vestia a mesma roupa na ocasião e no momento em que seu corpo foi encontrado.
Na manhã do dia 5, um Fiat Palio azul chega à casa do suspeito, cujo motorista o auxilia na troca de um pneu do Sandero. Após a manutenção, o homem deixa o local e retorna cerca de 20 minutos depois. As placas do veículo foram identificadas como pertencentes à Prefeitura de Água Boa. O suspeito também foi flagrado dirigindo outro carro, um GM Ônix branco, que, segundo a polícia, também pertence à administração municipal e foi retirado do pátio pelo motorista no mesmo dia.
Contradições no depoimento e apreensões
Ao ser abordado, o suspeito declarou que, no dia do desaparecimento de Yara, teria dado carona a uma mulher com duas crianças. Ele afirmou que deixou o grupo em um povoado e voltou para sua casa. No entanto, as imagens das câmeras e outros elementos investigativos contradizem sua versão. Durante uma vistoria, policiais relataram sentir “forte cheiro de matéria orgânica em decomposição” ao abrir o Renault Sandero. Ambos os veículos utilizados pelo suspeito foram apreendidos, assim como seu celular.
A prisão do homem gerou comoção em Água Boa, levando à aglomeração de moradores diante da delegacia local, onde tentaram linchá-lo. Por questões de segurança, ele foi transferido para a delegacia de Peçanha. A Prefeitura de Água Boa informou que aguarda o avanço das investigações, lamentou a morte da criança e decretou luto oficial de três dias.