O Ministério da Saúde anunciou que o Sistema Único de Saúde (SUS) passará a oferecer o implante subdérmico contraceptivo de etonogestrel, conhecido como Implanon. Este método tem como benefícios a longa duração, de até três anos, e a alta eficácia na prevenção de gestações não planejadas.
De acordo com o Ministério da Saúde, a decisão de disponibilizar o implante pelo SUS foi tomada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec). A expectativa é de que 1,8 milhão de dispositivos sejam distribuídos até 2026, com um investimento previsto de R$ 245 milhões. Somente em 2023, 500 mil implantes devem ser entregues às mulheres. O produto atualmente tem custo estimado entre R$ 2 mil e R$ 4 mil no mercado.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou a eficácia do implante em comparação a outros métodos contraceptivos. “Esse implante é muito mais eficaz que outros métodos para prevenir a gravidez não planejada. Essa decisão foi da Conitec, a pedido do Ministério da Saúde, e agora vamos orientar as equipes, fazer a compra e orientar as Unidades Básicas de Saúde de todo o Brasil para já no segundo semestre desse ano começar a utilizar no SUS”, afirmou.
Sobre o método contraceptivo
O implante subdérmico é classificado como um método contraceptivo de longa duração e alta eficácia. Após sua inserção, ele permanece ativo por até três anos, sem a necessidade de intervenções adicionais. Caso haja interesse, um novo implante pode ser inserido imediatamente após a remoção do anterior, com a fertilidade retornando rapidamente.
Entre os métodos LARC (contraceptivos reversíveis de longa duração) disponíveis no SUS, apenas o DIU de cobre era oferecido até então. Os LARC são considerados eficazes pois não dependem do uso contínuo ou correto pela usuária, diferentemente de pílulas anticoncepcionais ou métodos injetáveis.
Além dessa medida contribuir para prevenir a gravidez não planejada, o acesso ao novo contraceptivo também visa a redução da mortalidade materna, em sintonia com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. O Ministério da Saúde tem o objetivo de diminuir a mortalidade materna em 25% no geral e 50% entre as mulheres negras até 2027.
A disponibilidade do implante será oficializada com a publicação de uma portaria em breve. Após isso, o Ministério da Saúde tem 180 dias para efetivar a oferta, contemplando diretivas como compra do insumo, capacitação de profissionais, entre outras. A Secretaria de Atenção Primária à Saúde será a responsável pela coordenação da implementação do método em nível nacional.