O Sistema Único de Saúde (SUS) anunciou a chegada de uma nova vacina que protege gestantes contra o vírus sincicial respiratório (VSR), trazendo proteção para os bebês. A Comissão de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) aprovou a inclusão do imunizante Abrysvo, da Pfizer. Essa decisão marca um passo importante para a saúde pública no Brasil.
O VSR é um dos principais responsáveis pela bronquiolite, doença grave especialmente em crianças menores de dois anos. Dados recentes da Fiocruz apontam 370 casos confirmados de Síndrome Respiratória Aguda Grave causada pelo vírus em 2023, com transmissão acentuada no inverno. O impacto é mais forte em bebês, aumentando os riscos de internação e óbito.
Os estudos realizados pela Pfizer com cerca de 7 mil gestantes mostraram eficácia de 82,4% na prevenção de casos graves em bebês de até três meses e 70% até os seis meses de idade. A gestante vacinada transmite anticorpos ao bebê, garantindo proteção desde o nascimento. A aplicação deve ocorrer entre as 24 e 36 semanas de gestação.
Além disso, a Abrysvo já está disponível na rede privada de saúde no Brasil após sua aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária em 2022. No entanto, a decisão da Conitec abrange apenas gestantes, deixando de fora a recomendação para idosos, outro grupo que pode usar o imunizante.
A presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Mônica Levi, ressaltou os impactos da vacina. Segundo ela, haverá redução em internações, UTIs, intubações e óbitos. O VSR pode trazer complicações de longo prazo, como chiados respiratórios e episódios de bronquioespasmo em crianças.
A Conitec também aprovou o uso de nirsevimabe, um anticorpo monoclonal indicado para bebês prematuros. Diferente de uma vacina, ele oferece proteção imediata e é focado para indivíduos com sistema imunológico frágil. Isso amplia as estratégias de proteção disponíveis no SUS para a população mais vulnerável.