O projeto “Queijoteca Artesanal” da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) visa identificar e catalogar os microrganismos presentes no Queijo Minas Artesanal, criando uma coleção microbiológica que fortalecerá as bases científicas da produção. Destaca-se a investigação do soro fermento natural, conhecido como pingo, que é crucial para os modos de produção locais.
De acordo com a Epamig, o projeto busca identificar bactérias láticas nas dez regiões produtoras reconhecidas, investigar seu potencial biotecnológico e garantir condições adequadas para sua conservação. O pesquisador Daniel Arantes, coordenador do projeto, explica que o acervo microbiológico será um recurso estratégico para a preservação do patrimônio genético e o controle de qualidade dos fermentos naturais.
Dinâmica de trabalho
O projeto, intitulado “Estudo do fermento endógeno dos Queijos Artesanais em Minas Gerais”, é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), com um aporte de R$ 2,1 milhões. Envolve produtores, associações e instituições parceiras da Rede Mineira de Pesquisa em Queijos Artesanais (RMQA), além de intercâmbios com outras regiões produtoras.
O estudo busca entender a maturação do queijo e o armazenamento do pingo sob condições controladas, visando a preservação do patrimônio genético microbiano. A produtora Joelma Tarôco, participante do projeto, comenta que a parceria com a Epamig e a dedicação à produção e venda dos Queijos Tarôco são importantes para superar os desafios e garantir um produto de qualidade.
O projeto não só preserva as técnicas tradicionais do Queijo Minas, mas também destaca o potencial do produto como Patrimônio Cultural Imaterial. Segundo o vice-governador Mateus Simões, a importância do queijo artesanal vai além da preservação, contribuindo para o aprimoramento das tradições locais e do agroturismo na região.