Os queijos artesanais de Minas Gerais ganham um novo impulso criativo com a publicação da Portaria 2.373 pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), parte da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa-MG). Esta nova normativa permite que produtores insiram ingredientes adicionais nos seus queijos, como café, vinho ou doce de leite.
De acordo com o IMA, a nova portaria estabelece critérios para fabricação dos queijos autorais, permitindo que sejam comercializados em todo o Brasil, desde que as normas sanitárias e técnicas sejam obedecidas. Entre as exigências estão o manejo e ordenha adequados dos rebanhos, o controle de doenças e o uso correto de medicamentos. Estas normas são aplicáveis a todos os queijos artesanais produzidos em Minas Gerais, incluindo o tradicional Queijo Minas Artesanal (QMAs).
Antiga Legislação e Inovações
Antes da publicação da nova regra, apenas queijarias com Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade podiam fabricar esses produtos com características especiais. De acordo com o diretor técnico do IMA, André Almeida Santos Duch, havia uma demanda antiga dos produtores por mais liberdade para inovar em suas receitas. A portaria também permite o uso de madeira na bancada de trabalho das queijarias, desde que esta seja imprescindível e de fácil higienização.
Conforme destacou Duch, “essa portaria vai permitir que os queijeiros individualizem suas produções, sem perder a possibilidade de obter o registro sanitário que garante, para o consumidor, um produto feito com responsabilidade”.
Tendências e Novos Regulamentos
Os queijos autorais são uma tendência crescente no mercado, com produtores buscando desenvolver receitas próprias que refletem suas regiões e tradições. Gilson Sales, subsecretário de Política e Economia Agropecuária, informou que os regulamentos específicos para vários tipos de queijos artesanais já estão sendo publicados, com alguns, como o queijo cabacinha, a serem lançados em eventos futuros.
