Renê Teixeira, de 42 anos, foi indiciado pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) pelo feminicídio de Miqueias Nunes de Oliveira, de 33 anos. A biomédica foi assassinada no dia 10 de março, com nove facadas causadas por um canivete, enquanto trabalhava em uma clínica estética, localizada em Ibirité, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. As informações foram divulgadas em coletiva de imprensa pela Polícia Civil nesta quarta-feira (19).
De acordo com a PCMG, o casal manteve um relacionamento por cerca de cinco anos, mas a vítima tentava se separar há quatro meses devido ao comportamento possessivo e ciumento de Renê. No dia do crime, o homem foi até a clínica com o pretexto de conversar sobre o novo relacionamento da ex-companheira. Durante essa conversa, ele a atacou.
Duas funcionárias que estavam no local presenciaram o crime e tomaram providências para impedir a fuga de Renê. Elas trancaram o suspeito dentro da clínica e acionaram a polícia. Quando os agentes chegaram, encontraram Renê ferido ao lado do corpo da biomédica. Segundo os investigadores, ele teria tentado simular uma tentativa de suicídio, desferindo golpes contra si mesmo após perceber que não conseguiria deixar o local.
“Como o suspeito estava lúcido e em condição clínica razoável, nós o entrevistamos enquanto aguardávamos o socorro. Ele relatou que havia golpeado a vítima durante uma discussão e, em seguida, tentou tirar a própria vida”, afirmou o delegado Welington Faria, que conduz as investigações.
Planejamento do crime
A Polícia Civil revelou que Renê premeditou o assassinato de Miqueias por não aceitar o término do relacionamento. No mesmo dia do crime, uma arma de fogo com numeração raspada e munições foram encontradas no apartamento do suspeito. Em depoimento, ele confessou que inicialmente pretendia atrair a ex-companheira ao imóvel para matá-la com a arma e, em seguida, cometer suicídio.
“Segundo seu relato, o plano inicial era atrair a vítima ao apartamento. Porém, os elementos colhidos no inquérito indicam que ele já foi até a clínica decidido a cometer o crime, seja conduzindo-a ao local ou utilizando o canivete que já possuía em mãos”, explicou o delegado Faria.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, as investigações concluíram que Renê não tinha a intenção de tirar a própria vida após o crime. Ele planejava fugir, mas foi impedido pelas funcionárias da clínica. “Ele tentou deixar o local, mas não conseguiu devido à ação das testemunhas. Foi somente após perceber que não poderia escapar que decidiu se ferir”, detalhou o delegado.
Renê Teixeira permanece internado, sob escolta policial, e aguarda cirurgia. Ele não corre risco de morte, conforme informaram as autoridades. O inquérito foi finalizado, e o suspeito será indiciado por feminicídio agravado por motivo fútil, emprego de meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima, o que pode aumentar sua pena.
