O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) – Regional da Zona da mata, em conjunto com a Promotoria do Patrimônio Público de Muriaé e com a Polícia Civil de Minas Gerais, iniciou nesta sexta-feira, (12) novembro, a operação “Catarse”. Com o objetivo de apurar a prática dos crimes de corrupção passiva, concussão, peculato, fraude à licitação, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Esta sendo investigado um complexo esquema criminoso realizado por vereadores e empresários, sendo esse a emissão de notas fiscais “frias” para “legitimar” o pagamento ilícito de verbas de gabinete aos parlamentares investigados, com possível empresas registradas em nome de terceiros (“laranjas”).
Ao mesmo tempo, estão sendo apuradas condutas de agentes políticos da Câmara Municipal de Muriaé, os mesmos estariam coagindo servidores públicos a repassarem parte de seus vencimentos a eles e para que realizassem empréstimos bancários para a concretização dos delitos. Alguns desses servidores, que foram vítimas da ação desses políticos, declararam que focaram endividados, chegando a adoecerem em razão das ameaças indiretas feitas pelos investigados.
A operação apura a ocorrência de um complexo esquema de desvio de verbas públicas e lavagem de dinheiro, tendo a contratação de empresas, aparentemente de fachada, pelo Município de Muriaé, podendo ter gerado um dano superior a R$ 10 milhões.
A operação desta sexta-feira (12) novembro, objetiva cumprir 39 mandatos de busca e apreensão, 1 mandato de prisão preventiva, bem como objetiva a indisponibilidade, a contrição e o bloqueio de bens e valores dos investigados, em aproximadamente R$ 12,5 milhões.
São alvos das diligências cinco vereadores em exercício, três ex-vereadores, seis postos de gasolina, três construtoras e 12 empresários.
De acordo com o Promotor de Justiça que coordena o Gaeco, Breno Costa da Silva Coelho, “delitos como os de corrupção, concussão, peculato, fraude à licitação e lavagem de dinheiro matam pessoas silenciosamente e coletivamente, já que ocasionam a miséria, a fome, a falta de leitos em hospitais, a escassez de recursos destinados aos órgãos e setores responsáveis pela segurança pública, saúde, meio ambiente e educação, dentre outros efeitos gravíssimos, sendo imprescindível a apuração pormenorizada e contundente dos fatos sob investigação”.
Segundo o Ministério Público de Minas Gerais a operação Catarse ainda está em andamento e conta com a participação de quatro promotores de Justiça, servidores do MP, aproximadamente 150 policiais do Departamento Estadual de Operações Especiais da Polícia Civil de Minas Gerais, do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da PCMG, do Batalhão de Rondas Táticas Metropolitana (ROTAM) da PM, da 4ª Cia PM INd PE da 4ª Região da Polícia Militar de Minas Gerais (GER) e dos GCOCs atuantes nos Gaecos Central de BH e Regional de Visconde do Rio Branco.