O Ministério Público de Alagoas (MPAL) apresentou, nesta quarta-feira (26), uma denúncia contra 35 membros de uma organização criminosa especializada em fraudes fiscais e lavagem de bens. A operação, intitulada “Argus”, desmantelou uma rede que emitiu 3.322 notas fiscais ideologicamente falsas, resultando em um prejuízo superior a R$ 162,6 milhões.
O grupo, com sede em Sorocaba (SP), operava utilizando 21 empresas de fachada criadas em Alagoas para emitir notas falsas. A denúncia foi encaminhada à 17ª Vara Criminal de Maceió pelo Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal e Lavagem de Bens (Gaesf), pedindo penas que totalizam 1.043 anos e sete meses de prisão para os envolvidos. O líder da organização pode enfrentar até 58 anos e seis meses de reclusão.
De acordo com o Gaesf, os crimes ocorreram em várias cidades, como Sorocaba, Leme, Hortolândia, Cerquilho, Santo André e São Roque, no interior de São Paulo, além de municípios de Minas Gerais. A fraude incluía a emissão de notas fiscais fictícias por empresas das indústrias química e plástica, além da lavagem de ativos.
A operação contou com apoio de instituições como o Ministério Público de São Paulo, os Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaecos) de diversas cidades paulistas, e as Polícias Civil e Militar de Alagoas e São Paulo. Segundo o promotor Cyro Blatter, coordenador do Gaesf, o objetivo da operação “Argus” é não apenas reparar os danos financeiros ao erário público, mas também promover uma cultura de ética empresarial e conformidade tributária.
O nome da operação, inspirado no gigante da mitologia grega chamado Argus – descrito como vigilante com múltiplos olhos –, simboliza o combate às fraudes fiscais de maneira incisiva e detalhada. Estima-se que a fraude gerou perdas de R$ 19 milhões para os cofres públicos de Alagoas e São Paulo.