A Polícia Civil de Minas Gerais indiciou o motorista de caminhão Arilton Bastos Alves e o proprietário da empresa de transporte como responsáveis pelo acidente que resultou em 39 mortes em Teófilo Otoni, MG. Ambos serão processados por homicídio com dolo eventual, lesão corporal leve e grave em 11 pessoas feridas, entre outras infrações.
De acordo com o inquérito, o caminhão transportava blocos de quartzito com 77% de sobrepeso e trafegava acima do limite permitido de velocidade, atingindo 97 km/h, enquanto o recomendado era até 62 km/h. Essas condutas contribuíram significativamente para o tombamento do veículo e o acidente fatal. O delegado Amaury Albuquerque afirmou que o risco era “claramente assumido” pelos envolvidos.
Além disso, o proprietário da empresa foi acusado de falsidade ideológica por adulteração no peso registrado nos documentos de transporte. Outros agravantes incluem uma modificação estrutural no semirreboque para suportar a carga em excesso, fator que contribuiu para o desequilíbrio do veículo.
Crime Agravado pela Negligência e Consumo de Substâncias
A perícia também revelou a presença de álcool e drogas como cocaína e ecstasy no organismo do caminhoneiro. Apesar da defesa contestar estes resultados com exames capilares, a análise oficial foi embasada na matriz urinária e foi validada com suporte da Unicamp.
A defesa de ambos os indiciados nega as acusações. A investigação, entretanto, já foi encaminhada ao Ministério Público, que decidirá sobre a apresentação da denúncia.