A aplicação da inteligência artificial (IA) em tecnologias assistivas está transformando a vida de pessoas com deficiência visual. Ferramentas como bengalas inteligentes e sistemas de audiodescrição de objetos e ambientes destacam-se por oferecer maior autonomia a esses indivíduos. Esses temas serão debatidos durante a 8ª Convenção do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), que ocorre nos dias 14 e 15 de outubro, em São Paulo.
Na convenção, especialistas e gestores públicos discutirão o papel da IA no desenvolvimento de soluções para comunicação, locomoção e acessibilidade de pessoas cegas ou com baixa visão. O debate também abordará os desafios éticos e técnicos dessas ferramentas, como a necessidade de garantir a privacidade e a imparcialidade na utilização dos dados dos usuários.
De acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, as tecnologias assistivas se destacam por seu impacto na qualidade de vida de pessoas com deficiência visual. Os dispositivos, muitas vezes desenvolvidos para tarefas específicas, oferecem maior independência ao realizar funções cotidianas como a leitura, identificação de objetos e reconhecimento de ambientes.
Um exemplo são os sistemas de audiodescrição baseados em IA, que analisam imagens enviadas pelos usuários e fornecem descrições detalhadas sem a necessidade de um voluntário. Isso aumenta a autonomia na realização de atividades como leitura de rótulos, localização de objetos e navegação em novos ambientes.
Outro avanço é o uso de bengalas inteligentes, que, ao combinar sensores e conectividade com smartphones, detectam obstáculos e emitem orientações por comandos de voz. Essa tecnologia facilita a mobilidade em áreas urbanas e promove a segurança na locomoção, reforçando o impacto positivo da inovação no dia a dia das pessoas.
Apesar dos avanços, o CBO reforça a importância de debater os desafios éticos envolvidos no desenvolvimento dessas tecnologias. Sistemas que dependem de IA podem refletir preconceitos e vieses caso não sejam geridos com bases de dados imparciais. Por isso, a evolução dessas ferramentas exige atenção técnica e compromisso com a inclusão.