O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou a morte de 284 equinos após o consumo de rações produzidas pela empresa Nutratta Nutrição Animal Ltda. Além disso, a entidade revogou a decisão judicial que permitia a retomada parcial da fabricação de rações não destinadas a equídeos, voltando a vigorar a suspensão total imposta pela pasta.
De acordo com o Ministério da Agricultura, a investigação revelou que a contaminação das rações ocorreu devido a falhas no controle de matéria-prima, que apresentava resíduos de plantas do gênero Crotalaria. Essa planta contém alcaloides pirrolizidínicos, como a monocrotalina, que são substâncias tóxicas para os animais.
As substâncias mencionadas não são permitidas na formulação de rações, uma vez que são hepatotóxicas, causam danos ao fígado e alteram o DNA celular. As análises continuam em andamento para determinar responsabilidades e prevenir novos casos de contaminação.
Entenda o caso
Em maio, o Ministério recebeu denúncias de mortes de cavalos em São Paulo. Fiscais identificaram uma suspeita relativa às rações usadas, que foram confirmadas em inspeções na fábrica da Nutratta nos primeiros dias de junho. Falhas no controle de qualidade e produção foram detectadas.
Foram recebidas novas denúncias sobre o consumo de produtos da empresa investigada. Em propriedades afetadas, somente os equinos que consumiram a ração mostraram-se doentes ou morreram.
Em junho, análises laboratoriais confirmaram a presença de monocrotalina, substância proibida para equídeos. O Ministério está conduzindo um processo administrativo, além de manter as investigações e monitorar novas denúncias para garantir a segurança alimentar dos animais.