O surubim do Rio Doce, o maior peixe nativo da bacia do Rio Doce, está em risco crítico de extinção. Este peixe, que era presença marcante nas águas do Rio Doce, agora só é encontrado em alguns trechos preservados dos rios Santo Antônio, Manhuaçu e Piranga, todos em Minas Gerais.
Para reverter essa situação, o Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais (IEF), em colaboração com o Projeto Surubim-do-Doce e apoio do programa GEF Pró-Espécies, lançou o Manual de Boas Práticas para a Conservação do Surubim-do-Doce. De acordo com o IEF, a publicação visa orientar pescadores, ribeirinhos, gestores e a sociedade em geral sobre práticas para proteger a espécie.
O manual destaca as ameaças ao surubim, que estão fortemente associadas às ações humanas. As barragens alteram os cursos naturais dos rios, fragmentando habitats e dificultando o deslocamento da espécie. O assoreamento das margens reduz a profundidade dos locais de habitação do peixe. A presença de espécies exóticas e a sobrepesca prejudicam a população de surubins, enquanto a poluição das águas compromete a qualidade ambiental.
Impacto Social e Cultural
Os impactos vão além da biodiversidade, afetando também comunidades que dependem da pesca. A escassez do surubim prejudica não só a economia, mas também uma atividade tradicional importante para a cultura local. A conservação do peixe é vista como um ato de proteção à identidade e à economia das populações ribeirinhas. Segundo a analista do IEF, Lorena Miranda, “o manual foi criado com a expectativa de reunir várias informações que a gente não sabia sobre o peixe, como a localização e a importância dele para comunidades que dependem da pesca”.
Este esforço faz parte do Plano de Ação Territorial para a Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção do Território Espinhaço Mineiro (PAT Espinhaço Mineiro), que engloba territórios com biomas variáveis, afetando positivamente mais de 1.787 espécies ameaçadas.
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