Lula e Nísia anunciam produção de vacina contra a dengue, em meio a expectativa de mudança na liderança do Ministério da Saúde. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a ministra da Saúde, Nísia Trindade, confirmaram a produção de 60 milhões de doses anuais da vacina contra a dengue a partir de 2026. O imunizante será produzido pelo Instituto Butantan, em parceria com a empresa WuXi Biologics, e busca atender a demanda nacional pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI). Isso marca um avanço estratégico para fortalecer a produção local e ampliar a autonomia do SUS (Sistema Único de Saúde).
O acordo foi possível por meio do Complexo Econômico-Industrial da Saúde e conta com o apoio do BNDES no financiamento da pesquisa clínica. A Anvisa ainda está em processo de avaliação do registro da vacina. Além disso, o governo anunciou iniciativas paralelas, como a produção de insulina glargina nacional pela Fiocruz e a farmacêutica Biomm, com previsão de 70 milhões de unidades anuais disponíveis até 2025.
O anúncio ocorre em um contexto político sensível, com a notícia de que Lula cogita substituir Nísia Trindade no comando da pasta e que Alexandre Padilha, atual ministro de Relações Institucionais, desponta como favorito para assumir o cargo. Essa transição está sendo acompanhada de perto, incluindo possíveis impactos nas prioritárias políticas de saúde.
Entenda os objetivos principais do acordo
- Produzir 60 milhões de doses anuais da vacina contra a dengue, expandindo para atender a novos critérios de demanda.
- Fortalecer a soberania nacional na produção de vacinas e insumos no setor de saúde pública.
- Possibilitar a ampliação da capacidade produtiva da vacina em até 50 vezes, atendendo à população elegível entre 2026 e 2027.
Iniciativas complementares: insulina e inovação
- Produção nacional de insulina glargina pela Fiocruz, com fornecimento esperado para o segundo semestre de 2025.
- Parcerias para o desenvolvimento de vacinas contra a Influenza H5N8 e chikungunya, com previsão de estudos clínicos.
- Investimento total de R$ 1,26 bilhão na cadeia de produção e pesquisa clínica.
Essas iniciativas sinalizam um esforço governamental em consolidar uma política industrial estratégica para o SUS, enfrentando desafios históricos na produção de medicamentos e imunizantes no Brasil.