O Hospital Infantil João Paulo II (HIJPII), parte da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), está participando, com 150 amostras, de um estudo nacional chamado TBPed. Este estudo visa aumentar a detecção e o tratamento da tuberculose em crianças e adolescentes de até 15 anos, uma doença infecciosa de alta mortalidade mundial.
De acordo com informações da Agência Minas, a participação do HIJPII representa 11,6% das 1.288 crianças hospitalizadas incluídas na pesquisa. A amostra consiste em pacientes sem diagnóstico ou suspeita de tuberculose, internados para tratar infecções respiratórias. “São pacientes hospitalares que não tinham diagnóstico, nem suspeita de tuberculose,” afirma a pneumologista Chalene Guimarães Soares Mezêncio.
Chalene ressalta que as crianças frequentemente apresentam sintomas similares aos de infecções respiratórias comuns, dificultando o diagnóstico de tuberculose. “As crianças começam a tossir, emendam a tosse com outra infecção e não pensamos na tuberculose. Com a divulgação do estudo vamos conseguir um diagnóstico muito melhor”, explica Mezêncio.
Tecnologia e Avanços no Diagnóstico
O estudo, iniciado em 2021, envolve 22 centros em estados como Minas Gerais, Rio Grande do Sul, e Bahia, e teve seu recrutamento de pacientes encerrado em março. Resultados preliminares indicam que a prevalência da tuberculose nessa faixa etária é superior ao estimado anteriormente pelos pesquisadores.
Financiado pelo Proadi-SUS e conduzido pelo Hospital Moinhos de Vento, o projeto permitiu ao HIJPII adquirir o sistema GeneXpert. Este equipamento realiza testes rápidos que detectam o bacilo de Koch e resistências a antibióticos, sendo incorporado à prática assistencial do hospital.
No Brasil, em 2022, foram registrados 81 mil novos casos de tuberculose. Mundialmente, a doença é altamente transmissível, e uma pessoa infectada pode contaminar até dez outras, com 5% a 10% dessas desenvolvendo a doença ativa.
O tratamento, exclusivamente oferecido pelo SUS, demanda rigor no cumprimento dos seis meses prescritos. Caso interrompido, há risco de evolução para formas resistentes, requerendo tratamento de até dois anos.