A cidade de Morada Nova de Minas, localizada na região Central de Minas Gerais, destaca-se como a maior produtora de tilápias do Brasil. Com aproximadamente 9 mil habitantes, o município desenvolveu sua indústria de piscicultura ao longo de mais de duas décadas, com apoio do Governo de Minas e da Emater-MG, vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa).
A produção começou em 2002, com 20 tanques de um projeto-piloto da Codevasf. “Desde então, a Emater-MG vem prestando assistência técnica, capacitação dos produtores, além da doação de tanques, alevinos e ração para associações do município, principalmente no início, quando tudo era novidade”, afirma Eduardo Moreira, técnico da empresa. Atualmente, são elaborados projetos para crédito rural e orientações para regularização ambiental.
A região é favorecida por condições climáticas propícias, com temperatura média de 28°C e água de qualidade. Morada Nova de Minas também se beneficia de uma localização estratégica, próxima a grandes centros como Belo Horizonte, Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e a região Nordeste, conforme informa o Governo de Minas Gerais.
O produtor Carlos Júnior destaca o crescimento da produção desde o projeto inicial. “Começamos com dois pequenos tanques-rede. Em 2010, me especializei na reprodução, cria e recria de tilápias. Hoje, produzimos cerca de 8 milhões de alevinos e 3 milhões de peixes juvenis”, explica.
Produção e Processamento
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cidade produz cerca de 20 mil toneladas de tilápias por ano, representando 44% da produção de Minas Gerais e quase 4% da produção nacional. Após a vacinação, os peixes juvenis são comercializados para engorda, que dura de quatro a cinco meses, até serem vendidos a frigoríficos.
Em Morada Nova de Minas, 18 frigoríficos inspecionados processam 51% da produção do município. O empresário Washington Luís da Costa lidera um frigorífico com capacidade para processar 12 toneladas de tilápias por dia. “Buscamos a verticalização, investindo na produção de juvenis, engorda e processamento”, afirma Washington.
Ele acredita que o consumo interno de peixe tem potencial de crescimento e vislumbra oportunidades de exportação. Para ele, o mercado de tilápias é promissor, tanto no Brasil quanto internacionalmente.