O governo federal estuda uma possível redução do imposto de importação sobre o trigo, buscando conter o aumento dos preços de alimentos no país. Atualmente, o imposto é de 9% para importações fora do Mercosul, porém países como Argentina, Paraguai e Uruguai já possuem isenção tarifária devido a acordos comerciais. A ideia é eliminar essa barreira para outras fontes internacionais de trigo, embora o impacto direto nos preços ao consumidor ainda seja debatido entre especialistas e setores do governo.
Segundo fontes dos ministérios da Agricultura, Fazenda e Desenvolvimento Agrário, a medida busca oferecer um ‘alívio político’ ao mostrar esforços na luta contra a inflação de alimentos, considerada uma prioridade do governo. O consumo anual de trigo no Brasil é de cerca de 12,8 milhões de toneladas, com mais da metade desse volume vindo do exterior. A Argentina é o maior fornecedor, representando 63% das importações totais brasileiras no último ano.
No entanto, especialistas acreditam que zerar a alíquota tenha um impacto limitado em razão da predominância de fornecedores do Mercosul já beneficiados pela tarifa zero. Paralelamente, a possibilidade de taxar exportações agrícolas, como forma de incentivar o abastecimento do mercado interno, foi descartada devido a forte oposição de lideranças do setor agropecuário.
Uma reunião entre o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e representantes do setor agropecuário está agendada para discutir soluções que possam ser implementadas para reduzir os preços de alimentos no Brasil. Amanhã, deve ocorrer um encontro oficial do ministro com o presidente Lula para firmar os próximos passos.