No sítio Hortaliças da Glória, localizado em Águas Vermelhas, no Norte de Minas, o cultivo hidropônico se tornou a solução para atender à crescente demanda por hortaliças na região. Maria da Glória de Jesus Silva, junto com sua família, triplicou a renda ao adotar esse sistema de cultivo em sua produção de alface, coentro e cebolinha.
Maria da Glória, agricultora com mais de 20 anos de experiência, relata que o cultivo hidropônico foi escolhido para garantir maior produção, já que o modo tradicional não atendia à quantidade e qualidade esperadas. Ela almejava também incluir seus produtos no Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). “A quantidade que estávamos produzindo não abastecia o mercado consumidor, tinha muita gente procurando hortaliças hidropônicas”, explica.
Segundo a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), a automatização do processo resultou em vantagens como o triplo da renda e menor esforço físico. Lean Cássio Figueiredo e Sousa, extensionista da instituição, afirma que o rápido retorno financeiro está ligado à maior produtividade, baixa perda das hortaliças e alta procura pelos produtos.
Implantação do Sistema Hidropônico
A implementação do sistema hidropônico não foi fácil. Maria da Glória descreve que a maior dificuldade foi a montagem das estruturas das bancadas e estufas, que exigiram técnicas específicas e mão de obra qualificada, além de um substancial investimento, viabilizado por meio de crédito rural.
Lean Sousa ressalta que o sistema hidropônico requer um alto investimento inicial e cuidados especiais com a qualidade da água, para prevenir contaminações nas plantas. “O cultivo não faz uso de agrotóxicos, ideal para agradar consumidores preocupados com a qualidade de vida”, afirma Sousa.
Apesar dos desafios, o crescimento do mercado hidropônico compensou os investimentos, oferecendo produtos durante todo o ano. Embora algumas verduras, como a couve, não tenham se adaptado ao novo método, a família seguiu com o cultivo tradicional dessas espécies.
Atualmente, a produção mensal de 500 pés de hortaliças é vendida diretamente no sítio, em feiras, lanchonetes e para programas governamentais. Além disso, produtos minimamente processados, frutas e temperos artesanais são comercializados, com expectativas de ampliação e aumento da renda no futuro.