Um trabalhador rural, juntamente com sua esposa e dois filhos de 6 e 9 anos, foi resgatado em condições análogas à escravidão na zona rural de Januária, localizada no Norte de Minas Gerais. Conforme informações de O TEMPO, a operação foi conduzida pelos Auditores-Fiscais do Trabalho da Secretaria de Inspeção do Trabalho, parte integrante do Ministério do Trabalho e Emprego, e ocorreu na última terça-feira (29/7).
De acordo com a Superintendência Regional do Trabalho, o homem residia na propriedade desde 2019, após o falecimento de seu pai. Durante esse período, ele trabalhou sem registro formal, sem realizar exames médicos, sem dispor de equipamentos de proteção ou qualquer tipo de treinamento adequado. A remuneração do trabalhador se dava por diárias, variando de R$ 40 a R$ 80 ao longo do tempo, sem direito a férias, 13º salário, FGTS ou descanso remunerado semanal.
O trabalhador atuava no cuidado de mudas ornamentais e frutíferas, manuseio de capina manual, manutenção e transporte de cargas, sempre desprovido de equipamentos de proteção. “O uso da bomba costal para manusear substâncias tóxicas era feito sem equipamento adequado, expondo o trabalhador a riscos à saúde”, relatou a Superintendência Regional do Trabalho em nota oficial.
Condições de Moradia
A família vivia sob condições deploráveis, sem acesso a água potável, sendo obrigados a consumir água de cisterna sem comprovação de potabilidade. Para obter água segura, o trabalhador percorria 7 km de bicicleta, carregando o líquido em galões plásticos anteriormente usados para armazenar combustível. A moradia consistia em um barracão de 20 metros quadrados, desprovido de banheiro. As necessidades fisiológicas eram feitas ao ar livre, e os banhos, tomados sem privacidade.
No interior do barraco, as condições eram perigosas, com fiações elétricas expostas, objetos acumulados, e um risco constante de incêndio. A família armazenava seus pertences em sacolas e caixas improvisadas e não havia lavanderia disponível, apenas um bico de torneira conectado à cisterna. O Ministério do Trabalho e Emprego está tomando as medidas legais cabíveis contra o empregador.