A estudante Eduarda Caetano, 17 anos, cursa o terceiro ano do ensino médio em uma escola pública em Samambaia, a 33 quilômetros do centro de Brasília. Além disso, faz um curso técnico de contabilidade com duração de dois anos. Eduarda aguarda o depósito da primeira poupança do Programa Pé-de-Meia, no valor de R$1.000, referente à conclusão do segundo ano em 2024.
A expectativa cresce entre os beneficiários do programa, cerca de 3,9 milhões, após o desbloqueio dos pagamentos pelo Tribunal de Contas da União em fevereiro de 2025. Segundo o Ministério da Educação, a liberação do recurso deve ocorrer ainda neste mês.
Apesar de só poder sacar a poupança após a formatura do ensino médio, Eduarda faz planos. Para ela, o dinheiro será usado para tirar a primeira Carteira Nacional de Habilitação (CNH), essencial para ir à faculdade, já que vive em uma área rural.
Enquanto isso, Eduarda utiliza os recursos do incentivo-frequência de 2024 para despesas diárias, como transporte, lanches, produtos de higiene e apoio financeiro para a mãe. “Antes, não tinha renda, pois me dedico aos estudos. O Pé-de-Meia me ajudou bastante”, comenta a jovem.
Outro exemplo é Gustavo Henry, que também tem 17 anos e estuda no Centro Educacional 619 de Samambaia. Inserido no CadÚnico, ele utiliza o programa para complementar a renda de sua família numerosa e já aplicou parte do valor recebido em alimentos e contas. “Esse dinheiro precisa ser usado com responsabilidade, guardado e investido”, destaca o estudante.
Já Nicolly Evelyn, outra beneficiária, atribui ao Pé-de-Meia a melhora em suas notas. A estudante afirma que o programa a motivou a se dedicar mais e planeja usar o valor extra para investir em cursos pré-vestibulares ou adquirir ferramentas tecnológicas essenciais para a faculdade.
Outro aluno do programa, Vinícius Cassiano, divide seus dias entre o trabalho como auxiliar administrativo no Tribunal Superior do Trabalho (TST) e as aulas. Ele já aplica a bolsa em cursos técnicos e vê no programa uma oportunidade de ser recompensado no futuro. “O Pé-de-Meia é ótimo para quem deseja investir nos estudos e se preparar melhor para a vida profissional”.
Segundo Alice Macera, diretora da escola de Samambaia, o programa foi essencial para reduzir a evasão escolar. “Antes, muitos não se importavam em frequentar as aulas, mas agora se tornam mais responsáveis”, aponta. A verificação da frequência, que deve ser superior a 80%, é feita mensalmente pela instituição e enviada ao MEC para a liberação das parcelas.
Criado em 2024, o Pé-de-Meia incentiva jovens inscritos no CadÚnico a permanecerem no ensino médio, oferecendo bolsas que chegam a R$9.200 ao final dos três anos. O programa ainda exige aprovação em todas as disciplinas e participação no Enem para o pagamento integral.
Os depósitos são realizados diretamente na conta dos estudantes, aberta de forma automática pela Caixa Econômica Federal. Para consultar a elegibilidade, os beneficiários podem verificar os aplicativos Caixa Tem e Jornada do Estudante.
