Pesquisadores de São Paulo e Ceará, com o respaldo da Universidade de Hong Kong, identificaram uma nova variante do coronavírus em morcegos. Essa variante, semelhante ao vírus causador da Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers), foi documentada na América do Sul pela primeira vez. O estudo foi publicado em 18 de outubro no periódico Journal of Medical Virology.
A pesquisa analisou sete coronavírus detectados em cinco morcegos estudados pelo Laboratório Central de Saúde do Ceará (Lacen), em Fortaleza. Esses morcegos pertencem a duas espécies diferentes, uma delas é insetívora e a outra frugívora, com dieta baseada em frutas, verduras e legumes.
Embora a variante apresente características similares ao coronavírus da Mers, não há evidências de que possa infectar humanos. A Mers em si não é considerada de alto risco global e tem baixa probabilidade de se tornar uma pandemia.
Descoberto em 2012 na Arábia Saudita, o coronavírus Mers causou mais de 800 mortes e foi registrado em 27 países. Desde então, estudos avançaram na tentativa de mapear possíveis hospedeiros e mutações virais.
Este estudo se integra ao projeto “Morcegos: vigilância epidemiológica, filodinâmica de alta resolução, busca e design de peptídeos de interesse biotecnológico em vírus emergentes e reemergentes,” com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
