Quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a covid-19 como pandemia, em 11 de março de 2020, os registros iniciais do novo coronavírus surgiam no Brasil e em Minas Gerais. Contudo, antes desse reconhecimento, o Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), já havia iniciado um planejamento estratégico para enfrentar a crise sanitária e buscar o menor índice de letalidade dentre os estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil.
Durante a pandemia, equipes da SES-MG aplicaram novos protocolos e inovações, entre eles arranjos de governança e estratégias de financiamento, além de uma rede colaborativa para distribuir medicamentos essenciais e novas formas de coleta e divulgação de dados. Esses esforços são compartilhados pelos servidores no documento Resiliência em Tempos de Crise: O Legado da Covid-19 em Minas Gerais.
De acordo com o Governo de Minas, a escassez de oxigênio foi uma questão crítica em março de 2021. Na época, constatou-se que 53% dos hospitais usavam cilindros de oxigênio com duração de apenas quatro horas por paciente intubado. Mediante isso, uma resolução com investimento superior a R$50 milhões possibilitou a troca dos cilindros por tanques de oxigênio líquido, garantindo abastecimento por até três semanas.
Estruturação dos processos
A integração entre diferentes esferas da saúde foi essencial no enfrentamento à covid-19. Eva Lídia Arcoverde, coordenadora do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs-MG), enfatiza a importância da pesquisa para coletar evidências e definir ações. “Monitoramos rumores e preparamos um plano de contingência, integrando vigilância e assistência para definir a resposta do Estado”, declarou.
Após a confirmação dos primeiros casos, a criação da Sala de Situação permitiu o monitoramento em tempo real, com produção de boletins diários e um painel online acessível a toda a população e imprensa.
Foco na assistência
Diante da alta demanda por leitos de UTI, a criação do Escritório de Gestão de Leitos ajudou a mapear e remanejar pacientes em regiões com maior necessidade. “Realizamos operações 24 horas, em parceria com as forças de segurança”, relata Mayla Magalhães, assessora de gabinete da SES-MG naquele período. Os servidores, além disso, acompanhavam o manejo e tratamento nos municípios atendidos.
Medicamentos em casa
Visando evitar aglomerações, a distribuição domiciliar de medicamentos foi implementada. Jans Bastos, diretor de Medicamentos Básicos da SES-MG, explica que parcerias permitiram a entrega de remédios prioritários para doenças pulmonares, alcançando mais pacientes após expansão gradativa do programa. Além disso, resoluções para o fornecimento de sedativos e kits de intubação foram necessárias, resultando numa rede solidária estadual, que depois foi replicada nacionalmente, em colaboração com o Ministério Público e prefeituras.