Dados mostram que o governo dos Estados Unidos gastou mais no primeiro mês do mandato de Donald Trump em comparação ao mesmo período do ano anterior. Apesar dos esforços de corte de custos promovidos pela administração, o aumento de gastos em programas de saúde, aposentadoria e juros sobre a dívida pública superaram qualquer economia inicial.
Entre 21 de janeiro e 20 de fevereiro, o governo desembolsou cerca de US$ 710 bilhões, acima dos US$ 630 bilhões no período comparável do ano anterior. Especialistas apontam que desequilíbrios estruturais no orçamento, combinado com a dívida crescente, são fatores que dificultam as reduções previstas. Segundo Maya MacGuineas, do Comitê para um Orçamento Federal Responsável, “promessas excessivas em programas de saúde e aposentadoria exacerbam esse cenário”.
Embora Trump tenha prometido cortar US$ 1 trilhão do orçamento sem afetar benefícios de aposentadoria e saúde, esses dois programas representam um terço do orçamento e continuam enfrentando aumento de custos. Elon Musk, responsável pelo Doge (Departamento de Eficiência Governamental), tentou identificar fraudes nesses programas, mas enfrentou resistência interna e preocupações com privacidade. No último mês, 21 membros do Doge renunciaram alegando má gestão de dados sensíveis.
Os pagamentos de juros da dívida pública representaram outro desafio significativo, com um aumento de US$ 14 bilhões em relação ao ano passado, totalizando US$ 94 bilhões no período. Embora Musk tenha anunciado cortes de US$ 55 bilhões em contratos e propriedades, análises subsequentes revelaram que os resultados obtidos foram mais modestos do que os valores declarados inicialmente.